Bolsonarista candidato a prefeito no Rio ofende a PF
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, afirmou que a Polícia Federal está mentindo e agindo contra sua candidatura na investigação sobre o uso ilegal da Agência Brasileira de inteligência (Abin) para espionar adversários políticos do governo de Jair Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, na gestão de Ramagem à frente da Abin foi montado a “Abin paralela” com uso ilegal de ferramentas de espionagens e perseguição contra servidores públicos. Foram vigiados ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados federais, inclusive o presidente da Câmara, Arthur Maia (PP-AL), e senadores.
Na sabatina feita pelo UOL e Folha de S.Paulo, Ramagem falou que a Polícia Federal “elege determinadas pessoas como alvo e começa a querer destrinchar e inventar algumas coisas”.
Nos arquivos de Alexandre Ramagem, a Polícia Federal encontrou a gravação de uma reunião dele com Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e as advogadas de Flávio Bolsonaro.
No encontro, elas traçam o caminho para livrar Flávio Bolsonaro do caso das “rachadinhas” e contam com a ajuda dos membros do governo.
O deputado disse que “na reunião, nossa posição foi demonstrar que o GSI não tinha atribuição para aquilo”, ocultando que ele foi quem sugeriu a elas que buscassem José Tostes, então chefe da Receita Federal, para continuar com a operação.
A Polícia Federal também encontrou no e-mail de Ramagem orientações e sugestões dele para Jair Bolsonaro sobre a estratégia que deveria ser usada nos ataques contra as urnas eletrônicas.
O deputado e candidato a prefeito do Rio de Janeiro falou que aqueles eram documentos de “interesse pessoal meu e para conversas. Isso não quer dizer que eu passei para alguém. Falaram que havia e-mails. Eu não enviei e-mails para ninguém, isso é uma mentira da Polícia Federal”.
A versão de Ramagem é de que “midiaticamente querem me descredibilizar. E o interessante é que foi no momento em que me coloquei para ser candidato a prefeito da segunda maior cidade do país”.
“O crime que está tendo é de vazamento da Polícia Federal. Esse é o maior crime contra o devido processo legal, uma garantia fundamental que o cidadão não está tendo hoje”, disse o candidato de Bolsonaro.
Fonte: Página 8