PF captura fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró
A Polícia Federal (PF) recapturou nesta quinta-feira (4) Rogério da Silva e Deibson da Costa, os dois fugitivos que escaparam do Sistema Penitenciário Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Os foragidos foram localizados na cidade de Marabá, no Pará, cerca de 1.600 km do local da fuga. Ao todo, foram 50 dias de buscas até encontrar os detentos, que fugiram no dia 14 de fevereiro.
“Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento”, informou a PF em nota oficial.
De acordo com a PF, os fugitivos foram encontrados na ponte que atravessa o Rio Tocantins. A abordagem dos policiais ocorreu neste local para evitar a fuga pelo rio. Agora, Rogério e Deibson devem voltar ao presídio de Mossoró.
Para recapturar os fugitivos, que se tornaram os primeiros a escapar de uma unidade de segurança federal, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública montou uma força especial. Ao todo, o governo federal mobilizou cerca de 500 policiais (federais, municipais e civis) nas operações, além de integrantes da Força Nacional de Segurança.
No período de buscas, a PF prendeu ao menos oito pessoas suspeitas de dar apoio aos fugitivos. A última detenção ocorreu no início desta semana, em Fortaleza.
Rogério e Deibson possuem ligações com o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do Brasil. Segundo a PF, o comboio organizado pela facção levaria os fugitivos para Rondônia, onde eles atravessariam a fronteira.
Rogério da Silva Mendonça, o Querubin, tem 35 anos. Natural de Rio Branco, no Acre, ele foi transferido para o Rio Grande do Norte após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, na capital acreana, em julho de 2023.
Deibson Cabral Nascimento, conhecido como Tatu, nasceu em Brasileia (AC). Ele tem 33 anos e também estava no presídio de segurança máxima de Mossoró desde 2023. Foi transferido de Rio Branco no mesmo grupo de Rogério, após tramarem uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em julho do ano passado.
Apesar de estarem em celas separadas, Rogério e Deibson saíram juntos do presídio após retirarem as luminárias — usando barras de ferro — e passarem por dutos que chegavam até o teto do presídio. De lá, a dupla desceu para a área externa, cortou a cerca do presídio com um alicate e fugiu.
A Corregedoria-Geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais admitiu falhas nos procedimentos de segurança, mas rechaça qualquer tipo de corrupção entre os funcionários do presídio.
O órgão ligado ao Ministério da Justiça ainda afirmou que abrirá uma nova investigação “para continuar as apurações referentes às causas da fuga, com foco nos problemas estruturais da unidade federal”.
Fonte: Página 8