Egito exige cessar-fogo já e retirada das tropas de Israel da Faixa de Gaza
O governo do Egito alertou, em comunicado no domingo (14), para uma escalada regional na sequência dos recentes ataques desencadeados por Netanyahu à Faixa de Gaza e ratificou a sua exigência de uma retirada militar completa daquele país.
Posição reiterada pelo presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi: “A posição do Egito é baseada na inevitabilidade da chegada a um imediato e abrangente cessar-fogo no tempo mais breve e inclui a categórica rejeição de toda forma de deslocamento, assim como toda tentativa de liquidação da Causa Palestina”.
El-Sisi acrescentou que “o Egito rejeita o uso da passagem de Rafah (na fronteira entre o país e a Faixa de Gaza, no momento ocupada por Israel) como instrumento para apertar o cerco sobre o povo palestino na região”.
O presidente também enfatizou da “necessidade de que as forças de Israel detenham os ataques a civis pelos violentos colonos ilegais na Cisjordânia”.
Em reunião emergencial, o Parlamento Árabe condenou as terríveis condições de vida sofridas hoje pela população da Faixa de Gaza devido aos ataques diários do exército genocida de Netanyahu que – alertou o Parlamento – provocaram a fome e o colapso do sistema de saúde.
A declaração do parlamento internacional formado pelos países membros da Liga Árabe exigiu a entrada rápida, segura e intensiva de ajuda humanitária aos habitantes daquele enclave costeiro, sob ataque há mais de nove meses.
A organização ratificou a importância da causa palestina para o mundo árabe e defendeu a criação de um Estado independente para aquele povo, tendo Jerusalém Oriental como capital e chamou mobilizar a comunidade internacional para “parar imediatamente a agressão da ocupação israelense, a guerra de genocídio e os crimes de guerra contra a humanidade”.
Também apoiou o plano do presidente palestino, Mahmoud Abbas, de realizar uma conferência internacional de paz e tomar medidas irreversíveis para implementar a Solução de Dois Estados.
O Parlamento Árabe reafirmou o seu apoio aos esforços conjuntos egípcio-catarianos destinados a alcançar um cessar-fogo permanente em Gaza, onde foram registrados dezenas de milhares de mortos e feridos desde outubro do ano passado.
O organismo denunciou a política de colonização israelense na Cisjordânia ocupada, salientando que visa mudar a situação histórica e jurídica na área.
Saudou ainda a decisão de vários países, incluindo Espanha, Noruega, Irlanda, Jamaica, Barbados, Trinidad e Tobago e Bahamas, de reconhecer a Palestina, afirmando que é “uma vitória para a justiça e o direito do povo palestino de estabelecer o seu Estado independente
Nos últimos dias, as mal denominadas ‘Forças de Defesa de Israel’ (FDI) intensificaram os seus bombardeios contra áreas densamente povoadas da região.
O caso mais chocante foi no sábado (13), quando após Israel ter obrigado os palestinos a abandonar o norte da Faixa de Gaza e se concentrarem em Al-Mawasi – designada pelo próprio governo de Netanyahu como “zona humanitária” -, o Exército de ocupação disparou mísseis contra os refugiados nas tendas e também explodiram prédios matando pelo menos 90 pessoas e deixando mais de 300 feridos.
“Ainda há muitos corpos de mártires espalhados nas ruas, sob os escombros e entre as tendas dos deslocados, inacessíveis devido à intensidade dos bombardeios com que a ocupação atingiu o local”, disse o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, descrevendo o que aconteceu como um “novo massacre”. O ataque das FDI foi condenado por muitos países e organizações internacionais.
Fonte: Papiro