Arrocho e recessão de Milei destroem 10 mil empresas em seis meses
A associação Empresários e Empresárias Nacionais para o Desenvolvimento Argentino (Enac) afirmou que o presidente Javier Milei pôs em marcha o “genocídio de Pequenas e Médias Empresas (PMES)”, totalizando mais de 10 mil fechadas desde a sua chegada na Casa Rosada em dezembro de 2023. “Destruir as PMEs é destruir a base do patrimônio nacional para voltar a ser uma colônia estrangeira”, condenou a entidade.
Na avaliação dos empresários, a devastação que vem sendo feita é resultado de uma “recessão ordenada pelo presidente Milei e rigorosamente executada pelo ministro Devedor da Economia, Luis Caputo”. Assim, acrescentam, “passamos de um país receptor que criava 8.600 empresas por ano a ser um que destrói o seu equivalente na metade do tempo. A situação tornou-se grave para os homens e mulheres que produzem e geram trabalho na Argentina”.
Para a ENAC, “a pobreza e o subdesenvolvimento do nosso país são proporcionais ao desenvolvimento e à riqueza dos países que, através da dívida, se apropriam dos nossos recursos naturais e do talento argentino”.
O levantamento foi feito com base nas estatísticas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) e nos dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho sobre demissões no setor privado (-69 mil empregos), pela Receita Pública Federal e pelo Banco Central – que informou que 350 mil salários deixaram de ser pagos. Os números dão a dimensão do buraco em que Milei jogou o país a partir da mega desvalorização de dezembro de 2023 e da política de arrocho fiscal adotada, responsável pela queda de vendas no varejo de 21,9% em junho.
E se no campo econômico a situação é tensa, revelou o presidente da entidade, Leo Bilanski, o impacto do ponto de vista social é evidente: por cada empresa fechada cerca de 10 pessoas “ficam na rua”, amargando o desemprego. “Como é a coisa? Quem paga o custo da situação em que se encontra a Argentina?”, questionou o dirigente da Enac, após a persistência de Milei em colocar o governo a serviço das transnacionais.
Segundo o ENAC, estão sendo destruídas diariamente 50 pequenas e médias empresas no país, que ruma em direção ao precipício, com o aumento da desnacionalização, do desemprego e do poder de compra dos trabalhadores. O fato, aponta a entidade, é que a Argentina está sem “plano nem rumo econômico que gere certeza sobre o clima de negócios para podermos desenvolver a nossa atividade em paz”.
Por isso, a associação recordou ter advertido o Congresso Nacional e o governo que “esta não era a saída para os problemas do país”. Infelizmente, afirmam os empresários, “não fomos ouvidos e agora o estrago está feito”.
“Acreditar em legislar para o capital estrangeiro ou promover pactos de refundação e grandes alquimias econômicas pode disfarçar a pobreza, o desemprego, a queda do poder de compra por um lado e por outro esconder o verdadeiro saque do erário público”, condenou o Enac. Saque perverso, concluiu o comunicado, “que estão reestruturando com a dívida externa e a entrada através do regime de investimentos (Rigi) em fundos abutres e especulativos para roubar mais uma vez os nossos recursos naturais, como há 200 anos”.
Fonte: Papiro