A contração no consumo é resultado do impacto da inflação e da recessão | Foto: Reprodução

O consumo de carne bovina na Argentina atingiu um mínimo histórico em 2024, com uma projeção anual de 44,8 kg por habitante, aponta o relatório da Bolsa de Valores de Rosário, divulgado nesta segunda-feira (8).

O número é ainda mais baixo que o registrado em 1920, de 46,9 quilos, evidenciando uma tendência exacerbada pela recessão econômica que lançou os consumidores rumo a fontes de proteína mais baratas, como as carnes de frango e de porco.

Com a trágica política econômica em curso, atestam os economistas Franco Ramseyer e Emilce Terré, a média de consumo anual de carne bovina por habitante “deverá ser muito abaixo da média histórica de 72,9 quilos”.

“O consumo total de carne bovina, de aves e suína na Argentina pode ficar em torno de 105,7 kg por habitante em 2024, o que significa que cada habitante consumiria sete quilos a menos de carne em 2024 em comparação com a média dos últimos dez anos, que é de 112,8 kg”, diz o levantamento da Bolsa de Valores de Rosário.

A produção de carne bovina situou-se em 1,26 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano, apresentando uma queda de 8% em relação ao mesmo período de 2023.

A contração no consumo é resultado do imenso impacto da inflação de 280% no bolso da população – de maio a maio – e da recessão com um colapso generalizado em todas as atividades, conforme atestam os próprios índices oficiais.

De acordo com as estatísticas, mais da metade dos 45 milhões de habitantes da Argentina foi jogada na pobreza. Na capital, Buenos Aires, a cidade mais rica do país, a taxa de indigência dobrou de 8% para 16% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. São pessoas que não conseguem sequer comprar a cesta básica, perambulando desesperadas, mendigando em busca de comida.

Fonte: Papiro