União Europeia condena maior assalto de terras palestinas aprovado por Netanyahu
Os chanceleres da União Europeia, Josep Borrell, e da Noruega, Barth Eide, condenaram mais um crime do governo de Netanyahu, que aprovou ainda verba para a construção de mais 6.000 unidades residenciais nas terras assaltadas aos palestinos.
A construção em território ocupado é considerado crime de guerra pelas Convenções de Genebra e, neste caso, vem junto com o confisco de 1.270 hectares na Cisjordânia palestina. É a maior porção de território palestino usurpada de uma vez em três décadas e que passa a ser reconhecido pelos criminosos como “terra estatal de Israel”. No mesmo decreto, são aprovados cinco novos assentamentos judaicos ilegais na região.
“A União Europeia condena a planejada legalização de cinco assentamentos israelenses e o anúncio da construção de milhares de novas casas na Cisjordânia ocupada. A UE condena também veementemente as contínuas políticas de desapropriação levadas a cabo na Cisjordânia ocupada pelo atual governo israelense. Os esforços em curso para estabelecer assentamentos no terreno e que correm o risco de levar à uma anexação de fato devem cessar”, afirmou Borrell em declaração do seu Gabinete.
Nesse sentido, lembrou que os líderes da UE apoiam a Autoridade Palestina contra este tipo de ações que a “enfraquecem”, e que constituem também uma “grave violação do Direito Internacional”, que “mina os esforços para alcançar uma paz duradoura através da Solução de Dois Estados, com o estabelecimento do Estado da Palestina com Jerusalém como capital.
“Apelamos a Israel para que reverta estas decisões. Em linha com a sua posição de longa data e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, a UE não reconhecerá alterações nas fronteiras de 1967, a menos que assim o acordem as partes”, acrescentou.
‘TERRAS ESTATAIS’ ACELERAM A ANEXAÇÃO
A informação sobre o assalto à propriedade palestina foi divulgada pela organização israelense de direitos humanos Shalom Achshav(Paz Agora), que monitora a atividade de assentamentos israelenses na região, aumentado a repercussão do fato, abafado pela mídia ocidental.
Shalom Achshav destacou que a prática de declarar terras como estatais é um dos principais métodos que o Estado de Israel utiliza para exercer controle sobre áreas nos territórios ocupados. A decisão de 25 de junho só foi publicada oficialmente na quarta-feira (3).
“Essas terras declaradas como estatais não são mais consideradas propriedade dos palestinos pelas autoridades israelenses. Além disso, Israel arrenda essas terras estatais exclusivamente aos israelenses”, ressaltou a organização.
A atividade desses assentamentos é reconhecida pela comunidade internacional como um obstáculo na busca pela paz com os palestinos, que denunciam essa expansão como uma política de consolidação do governo genocida de Netanyahu nos territórios ocupados.
Os palestinos, como parte do processo de paz com Israel, atualmente suspenso, exigem que as futuras fronteiras entre os dois Estados soberanos sigam as linhas anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967), com possíveis trocas de territórios.
Eles esperam criar um estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como capital. Israel, no entanto, se recusa a retornar às fronteiras de 1967e a dividir Jerusalém, que já declarou como sua “capital eterna e indivisível”, incluindo a anexação da Jerusalém Oriental de maioria árabe.
NORUEGA CONDENA USURPAÇÃO DE NETANYAHU
A Noruega condenou a “legalização” dos assentamentos em território palestino sob ocupação.
O ministro do Exterior da Noruega, Barth Eide considerou, nesta quinta-feira, o decreto “totalmente inaceitável”.
Foi na capital norueguesa de Oslo que foram firmados os acordos de paz entre o israelense Itzhaq Rabin e o palestino Yasser Arafat. Por campanha dos colonizadores judeus encabeçada por Netanyahu, que Rabin acabou assassinado por um terrorista judeu, Ygal Amir.
Barth Eide acrescentou que seu país condena também a construção de milhares de unidades residenciais na Palestina para transformar em moradia de judeus ocupantes usurpadores.
Ele repercutiu a fala de Borell denunciando que esta é mais uma medida que mina os esforços internacionais pela paz na região e exigiu, em nome da lei internacional e das resoluções da ONU, que as decisões criminosas do atual governo israelense sejam revertidas.
“Israelenses de palestinos merecem viver suas vidas em paz e segurança, com Liberdade, dignidade e direitos iguais. A Solução dos Dois Estados é a única viável”, disse Eide, cujo país deu seu pleno reconhecimento ao Estado da Palestina em maio deste ano.
ATAQUE GENOCIDA ASSASSINA MAIS DE 38 MIL PALESTINOS
As forças de ocupação israelenses cometeram quatro massacres contra famílias na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, resultando na morte documentada de pelo menos 58 palestinos e no ferimento de outros 179, de acordo com fontes locais.
Autoridades do Ministério da Saúde confirmaram que o número de mortos palestinos pelo ataque genocida israelense desde 7 de outubro aumentou para 38.011 fatalidades confirmadas, com mais 87.445 indivíduos sofrendo ferimentos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Enquanto isso, equipes de ambulância e resgate ainda não conseguem chegar até muitas vítimas e corpos presos sob os escombros ou espalhados nas estradas do enclave devastado pela guerra, já que as Forças de ocupação israelenses continuam a obstruir o movimento das equipes de ambulância e defesa civil.
FECHAMENTO DE HOSPITAIS
O sofrimento e a luta dos cidadãos para acessar serviços básicos de saúde aumentaram devido ao fechamento do Hospital Europeu de Gaza após ameaças israelenses. O hospital forneceu serviços médicos significativos em um momento em que as casas de saúde no sul de Gaza estavam completamente fechadas ou estavam apenas parcialmente operacionais.
Em seu relatório diário, o Ministério da Saúde declarou que apenas 15 dos 36 hospitais na Faixa de Gaza estão operacionais, e todos eles estão funcionando parcialmente.
Os hospitais enfrentam grave escassez de pessoal médico e suprimentos, incluindo anestesia e antibióticos, tornando extremamente desafiador para os profissionais de saúde salvar vidas.
Cerca de 500 profissionais de saúde foram mortos e centenas ficaram feridos. As forças de ocupação israelenses detiveram mais de 310 médicos. Além disso, 130 ambulâncias foram destruídas pelas forças de ocupação durante sua agressão contínua contra a Faixa de Gaza nos últimos nove meses.
Fonte: Papiro