Descarrilamento de trem em Ohio espalhou poluentes por 16 Estados americanos
Acidente de trem em Ohio espalhou resíduos tóxicos, principalmente fumaça química em 16 Estados norte-americanos e a poluição possivelmente chegou até o Canadá.
A conclusão é de um estudo conduzido pelo Programa Nacional de Deposição Atmosférica (National Atmospheric Deposition Program), nos Estados Unidos, sobre os impactos da catástrofe ambiental criada pelo acidente de trem na cidade de Palestina Oriental.
A análise divulgada na quarta-feira (19) aponta que “estamos lidando com as consequências de um desastre que afetou milhares de vidas”, disse David Gay, um dos autores. “As conclusões do nosso estudo destacam a necessidade urgente de medidas abrangentes para abordar os impactos ambientais e de saúde de tais incidentes.”
Publicado no site ‘Enviromental Research Letters’, o trabalho constata que a poluição causada pelo acidente foi muito maior que o esperado.
Em 3 de fevereiro do ano passado, um trem da empresa Norfolk Southern descarrilou na cidade Palestina Oriental (East Palestine), Ohio. 11 carros do trem continham produtos químicos muito tóxicos, dentre eles, cloreto de vinila, altamente cancerígeno. Alguns desses carros pegaram fogo durante dias e os produtos químicos que não pegaram fogo foram drenados para uma vala e incinerados por receio de que poderiam causar uma explosão.
Críticos da incineração dos produtos químicos apontaram que isso violou leis ambientais e que foi uma medida desnecessária. Pessoas que viviam na proximidade do local do acidente relataram um odor químico que durou durante semanas e sintomas de náusea, alergias na pele, dores de cabeça e problemas respiratórios.
Coletando amostras de chuva e neve do norte de Winsconsin ao Maine e Carolina do Norte semanas após o acidente, os autores do estudo encontraram índices de ph mais altos dos últimos dez anos e compostos perigosos como o cloreto de vinila.
A empresa responsável pelo acidente, Norfolk Southern, concordou em pagar aproximadamente U$ 1 bilhão em danos. Em abril fez um acordo de U$ 600 milhões em um processo movido por moradores da região próximos do local do acidente e em maio concordou em pagar U$ 310 milhões ao governo federal americano. As atividades da Norfolk Southern geram lucros de bilhões por ano e a empresa concedeu ao seu CEO um aumento de salário de 37% no ano, além de gastar U$ 2.3 milhões fazendo lobby no congresso americano.
Fonte: Papiro