Zelensky e Biden. Na verdade, da parte dos EUA, o acordo é apenas uma ordem executiva, não um tratado | Foto: Divulgação

Como parte da performance para encorpar a conferência-farsa na Suíça sobre a Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky – cujo mandato terminou no final do mês passado – assinou com o chefe da Casa Branca, Joe Biden, um acordo dito de “segurança” pelo qual o regime neonazi de Kiev se dispõe a manter por dez anos os ucranianos como bucha de canhão para a expansão da Otan para leste.

A reiteração da submissão a Washington foi realizada às margens da conferência anual do G7 na Itália na quinta-feira (13). Zelensky já assinou acordos equivalentes com outros 16 países, entre eles, Reino Unido, França e Alemanha, em que é prometido a ele apoio “aos esforços da Ucrânia para vencer a guerra de hoje e dissuadir futuras agressões russas”.

Na verdade, da parte dos EUA, é uma ordem executiva, não um tratado, o que não impediu Zelensky em um discurso em vídeo de asseverar que eleva as relações entre os EUA e a Ucrânia ao nível de “uma verdadeira aliança”.

Conforme as agências de notícias, esses 17 acordos serviriam como demonstração de “compromisso de longo prazo” para anexação da Ucrânia pela Otan. Aliás, a decisão de anexar a Ucrânia – e a Geórgia – foi decretada pelo então presidente W. Bush, na conferência da Otan de Bucareste, em 2008. E o golpe de 2014 da Praça Maidan foi o meio utilizado para viabilizar o desejo de W. Bush, depois de Obama, de Trump e agora de Biden.

Para o analista de relações internacionais e segurança Mark Sleboda, o acordo é “meramente simbólico”. “Isso diz ao regime de Kiev: vocês recebem o que já estão recebendo. Vamos fazer isso daqui a 10 anos”.

“Essas promessas não significam absolutamente nada, a menos que você especifique um valor monetário a que se referem. O dinheiro está por trás de tudo. E ele [pacto] não tem nenhum valor específico em dinheiro no que se refere às armas, ao comércio, ainda menos em relação à inteligência, e assim por diante”, explicou ele ao portal Sputnik.

“E, sem isso, este é um pedaço de papel insignificante. Então, isso está obviamente sendo feito para dar a Zelensky algum tipo de prêmio de consolação para levar para casa.”

“[Zelensky] não está entrando na OTAN. Os EUA não têm armas novas para lhe dar, eu acho. Eles não podem prometer a ele mais dinheiro do que já conseguiram no Congresso, pelo menos por enquanto”, concluiu Sleboda.

Fonte: Papiro