Apelo à Frente Popular nas manifestações em Paris contra o fascismo e o arrocho de Macron | Foto: Geoffroy Van Der Hasselt/AFP

França Insubmissa, Partido Comunista, Partido Socialista e os Verdes da França anunciaram a criação de uma Frente Popular para “apoiar candidatos únicos no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas” que se realizará em 30 de junho. A decisão colocará na disputa uma força política progressista contra o governo Macron, por um lado, e enfrentará a ultradireitista Le Pen.

“Negociamos hoje para abordar a situação histórica do país, após os resultados das eleições europeias e a dissolução da Assembleia Nacional. Chamamos à criação de uma nova Frente Popular que reúna de uma nova forma a todas as forças humanistas, sindicais, associativas e aos cidadãos de esquerda”, manifestaram na segunda-feira (10), após o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, na qual o partido de extrema-direita Reunião Nacional teve a maior votação. A declaração também foi assassinada pelo movimento Geração e pela Esquerda Republicana e Socialista (GRS).

Por conta da sofreguidão com que Macron tem se lançado a escalar a guerra desencadeada por Kiev e tramada por Washington, ameaçando com tropas no terreno na Ucrânia e fornecendo mísseis de longo alcance de fabricação francesa para ataques dentro da Rússia, além de concessão de caças Mirage 2000, seu partido acabou sofrendo uma derrota acachapante – 15,1% a 31,5% – para o partido ultradireitista Reunião Nacional, encabeçado por Madame Le Pen. Ele optou por dissolver o parlamento e antecipar as eleições, trombando a decisão sobre os destinos da França com as Olimpíadas de Paris.

Nesta situação, a proposta da aliança é “realizar um programa com linhas sociais e ecológicas para construir uma alternativa a Macron e combater o projeto racista da extrema direita”, afirma o comunicado, indicando que os seus candidatos “realizarão um projeto que detalhará as medidas a tomar nos primeiros cem dias de governo da nova Frente Popular”.

“O nosso objetivo é governar para responder às emergências democráticas, ecológicas, sociais e de paz, de tal forma que governaremos, com uma direção clara. Queremos construir esta nova Frente Popular com as forças que partilham esta ambição e esta esperança”, observaram.

As próximas eleições presidenciais na França só estão marcadas para 2027, calendário que se mantém por enquanto. A perda da maioria na Assembleia Nacional não implicaria necessariamente na demissão de Macron, mas o presidente pode ser forçado à “coabitação”, que é a coexistência forçada entre o presidente e um governo de diferente posição política.

Fonte: Papiro