Presidente boliviano anuncia conquista de seu país na Conferência de São Petersburgo | Foto: ABI

A Bolívia é o país que mais aumentou a expectativa de vida de sua população na América Latina e só conseguiu mantê-la nos 74 anos como resultado das políticas de desenvolvimento alavancadas pelo Modelo Econômico Social da Comunidade Produtiva (Mescp), comemorou o governo boliviano durante participação numa conferência acadêmica na Universidade Estadual de São Petersburgo, na Rússia.

“Somos o país que mais aumentou a esperança de vida na região, avançamos 10,4 anos neste período em que aplicamos o nosso modelo soberano”, destacou o presidente boliviano Luis Arce, no Fórum Econômico, ao lado do presidente russo Vladimir Putin.

A esperança de vida na Bolívia, explicou Arce, era de apenas 64 anos em 2005 e, desde então, aumentou até atingir e permanecer nos 74. Durante este período, com exceção de um breve período entre 2019 e 2020 – em que prevaleceram os golpistas e neoliberais de Jeanine Áñez -, reina um modelo desenvolvimentista e soberano.

Em comparação com outros países da região, o que foi alcançado em termos de esperança de vida representa um progresso importante, tendo em conta que este indicador no Peru é de 76 anos, na Colômbia de 75 anos e na Venezuela de 76 anos.

“Antes a diferença era mesmo muito grande, porque estes países tinham mais de 70 anos (de esperança de vida) e nós tínhamos mais de 64 anos”, destacou o presidente boliviano, apontando que esse dado se explica porque o modelo responde “à verdadeira necessidade de um povo, com um governo que pertence às organizações sociais”.

Outro indicador relevante em matéria social é a redução da pobreza moderada, que caiu de 61% em 2005 para 36% em 2023; enquanto a pobreza extrema foi reduzida de 38% em 2005 para cerca de 11,1% em 2021. O índice de Gini caiu de 060 pontos em 2005 para 043 pontos no ano passado.

“O Modelo Econômico da Comunidade Social Produtiva nos permite reduzir a taxa de pobreza, o que é um resultado social muito importante. A Bolívia era o país mais atrasado e mais pobre da região, mas com a aplicação deste nosso modelo reduzimos substancialmente a taxa de pobreza”, apontou.

Numa primeira reunião histórica, os presidentes da Bolívia, Luis Arce, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram em expressar o seu desejo de aprofundar a cooperação bilateral nos domínios nuclear e energético.

RELAÇÕES BILATERAIS

Durante a reunião no Palácio Constantino, residência de campo de Putin, na sua cidade natal, no âmbito do Fórum Econômico de São Petersburgo, ambos presidentes reiteraram o interesse no fortalecimento das relações bilaterais, especialmente em áreas estratégicas como o setor nuclear.

Putin destacou que as grandes perspectivas de cooperação entre a Rússia e a Bolívia residem nas altas tecnologias e lembrou que o consórcio Rosatom inaugurou o centro radiofarmacológico El Alto, o maior da América Latina.

Este centro atendeu a demanda de medicamentos nas clínicas bolivianas, ajudou a curar pacientes com câncer e formou especialistas em medicina nuclear.

O presidente boliviano agradeceu e informou sobre a importância da industrialização do lítio na Bolívia, destacando seu potencial como fonte de energia limpa através da fabricação de baterias. Arce também se encontrou com o diretor da Rosatom, Alexey Likhachev, cuja cooperação foi essencial para o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear de El Alto.

Em dezembro de 2023, a Bolívia assinou um acordo com a empresa russa Uranium One Group, que faz parte da Rosatom, para construir uma planta piloto com tecnologia de Extração Direta de Lítio com o objetivo de obter carbonato de lítio em Potosí.

Fonte: Papiro