Foto: Andes-SN

Em audiência pública da Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado, na quarta-feira (5), representantes das três entidades de docentes e técnico-administrativos das universidades e institutos federais em greve, cobraram mais uma vez do governo a reabertura de negociações com o setor, e repudiaram o acordo salarial pelo encerramento da paralisação celebrado pelo Executivo com a Proifes, entidade que, de acordo com os sindicalistas “não representa a categoria”.

Eles ressaltaram que não estão pedindo aumento salarial, mas recomposição de salário, além de recomposição dos orçamentos das instituições federais públicas de ensino corroídos nos últimos 10 anos.

De acordo com a 1ª tesoureira do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Jennifer Webb, “isso precariza o serviço público que é oferecido nessas instituições, e sem servidor público não tem como ter serviço público de qualidade”.

Os representantes do Andes-SN, da Federação dos técnicos em instituições de ensino superior (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) também ressaltaram que “querem negociar para sair da greve”, mas que precisam “avançar na pauta”.

“Faço um registro importante dessas entidades aqui representadas: Fasubra vai completar 90 dias de greve no dia 11; Sinasefe completou 60 dias de greve no último dia 3; e o Andes-SN também vai completar 60 dias de greve no dia 15. Esperamos não precisar estar mais em greve. Esperamos que, no dia 14, o governo reabra o diálogo que a gente tanto reivindica. Temos, na mesa, a possibilidade de avançar nessa negociação e não somos nós os intransigentes. É importante que a sociedade possa entender isso. Não é a categoria da Educação Pública Federal que quer fechar a negociação de forma unilateral. Nós queremos, e precisamos, negociar para sair dessa greve, mas precisamos avançar na pauta”, destacou Jennifer Webb.

“Mais que abrir o espaço, é importante e fundamental efetivar um processo de negociação, especialmente com as entidades legítimas e representativas das categorias. Estamos aqui com o objetivo de dar eco à nossa voz porque, na nossa compreensão, a nossa voz não está chegando onde deve chegar”, disse, ressaltando que as entidades “querem dialogar”.

O representante da Fasubra, Daniel Lucas Soares Souza Farias, destacou que os técnico-administrativos “têm a pior remuneração no serviço público”.

“É importante a gente entender que a nossa categoria passou ao longo dos últimos anos por uma política de empobrecimento. Hoje é a categoria que tem a pior remuneração no serviço público federal. Para vocês terem uma noção, hoje um servidor que entra no nível médio da carreira recebe menos do que dois salários mínimos. Isso não tem precedente no serviço público federal”, disse Daniel Lucas. 

Para o representante do Sinasefe, Leewertton de Souza Marreiro, não existe reciprocidade entre a remuneração e o tamanho e a importância da categoria. De acordo com ele, os quase 95% dos técnico-administrativos em educação com nível superior estão sendo preteridos em relação a outras carreiras.

“É uma categoria que não se pode deixar de lado. A categoria dos técnico-administrativos em educação é a maior categoria de servidores públicos do país. É uma categoria que sempre esteve do lado da democracia neste país. Mas hoje, infelizmente, não está tendo a atenção merecida e necessária por parte do governo federal”, disse.

Fonte: Página 8