Assembleia decidiu pela paralisação | Foto: Reprodução

“Nestes seis meses perdemos 60% do salário nominal. Nossa paralisação de 48 horas expôs o projeto de desmonte das instituições públicas e da completa falta de diálogo do governo”, denunciou a Federação Nacional de Docentes Universitários

“A educação na Argentina é o principal capital que precisamos proteger e desenvolver, mas já faz quase seis meses que Javier Milei assumiu a Presidência e segue sem nos dar qualquer resposta. Perdemos neste curto espaço de tempo 60% do salário nominal. Nossa paralisação de 48 horas expôs o projeto de desmonte e a completa falta de diálogo do governo, que está destruindo a educação universitária e quer destruir o país”.

A afirmação é do secretário-geral da Federação Nacional dos Docentes Universitários, Carlos De Feo, e sintetiza a revolta expressa na greve realizada nesta quarta e quinta-feiras (4 e 5) ampliando a pressão nas instituições públicas contra a intransigência, o arrocho salarial e os cortes na pasta, apontada como estratégica para o desenvolvimento nacional.

Conforme Carlos de Feo, “ocorreram um montão de reuniões com diversos dirigentes dos ministérios da Educação Superior e do Trabalho, com todos prometendo arrumar o problema, mas todos sem resolver nada”.

Embora o governo tenha concedido um reajuste às universidades, ele representa apenas 10% do total exigido pelas instituições para o seu funcionamento, fazendo com que a categoria se mantenha mobilizada.

Os sindicatos exigem um reajuste mensal para não continuar perdendo de goleada para a inflação; a recuperação do poder de compra; a restituição do Fundo Nacional de Incentivo ao Professor (Fonid) – extinto por decreto governamental em 26 de março, e que representava entre 10% a 14% dos salários dos trabalhadores – e verbas para a formação. A última oferta apresentada pelo governo foi de um aumento de 8% referente ao mês de abril, seguido de outros 9% em maio, que se somam aos 16% concedidos em fevereiro e aos 12% em março, o que ignora olimpicamente a trágica situação existente. “Os professores não estão indo para Ezeiza [viajar de avião] como dizem alguns, estão tendo que virar motoristas de táxi ou de Uber”, explicou Carlos De Feo.

Fonte: Papiro