Servidores do Ibama paralisam atividades em protesto por valorização de carreira
Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiram paralisar suas atividades, nesta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com realização de atos em todos os Estados e no Distrito Federal.
“Nossa luta não é apenas por salários melhores, mas pela reestruturação da carreira e fortalecimento da gestão ambiental no Brasil. Nosso trabalho é fundamental para a preservação do meio ambiente e para o futuro do país. Precisamos ser valorizados e reconhecidos”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Cleberson Zavaski.
A categoria está mobilizada desde janeiro, realizando apenas atividades internas e sem a realização dos trabalhos em campo, como fiscalizações e vistorias.
“Há seis meses, os servidores dessas instituições estão mobilizados pela reestruturação da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (CEMA) e do Plano Especial de Cargos do Ministério do Meio Ambiente (PECMA). As negociações com o Governo Federal, iniciadas em outubro de 2023, não avançaram, apesar das contrapropostas apresentadas pelos servidores”, diz a Ascema em nota.
A categoria destaca que os servidores do meio ambiente enfrentam problemas sérios após 10 anos de abandono dos sucessivos governos que passaram pelo Planalto. “Atualmente, mais de 4.000 cargos estão vagos na carreira. A evasão dos servidores do último concurso chega a mais de 25%, em média, no Ibama e ICMBio. Além disso, os servidores acumulam uma perda de poder de compra que ultrapassa 75% nos últimos 10 anos”, diz a nota da Ascema.
Hoje, o salário total de cada servidor é composto pelo vencimento básico, que representa 55% do total, acrescido da gratificação de desempenho, que representa 45% e é influenciada pela avaliação pessoal e institucional. Caso alguma meta não seja cumprida, é reduzido valores deste bônus. A categoria pede mudanças no percentual para 70% como vencimento de base, e 30% relacionados ao bônus.
Em carta endereçada à ministra Marina Silva, aos presidentes do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Antônio Mendonça e Mauro Pires, respectivamente, Cleberson Zavaski pediu apoio para a inclusão das demandas dos trabalhadores em seus discursos e pronunciamentos oficiais.
“Embora as negociações com o Governo Federal tenham se iniciado em outubro passado, até o momento muito pouco se avançou para que um acordo favorável aos trabalhadores da área ambiental federal fosse firmado”, destaca a carta.
Fonte: Página 8