Estudantes de Yale transformam formatura em protesto contra genocídio de palestinos
Mais de 150 estudantes concluintes da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, se retiraram da cerimônia de entrega de diplomas em protesto contra a chacina diária perpetrada por Israel em Gaza, exigindo a suspensão dos investimentos nas fabricantes israelenses de armas e contra a resposta da direção às manifestações solidárias à Palestina no campus.
A manifestação começou na segunda-feira, dia 20 de Maio, quando o diretor da universidade, Peter Salovey, realizava a tradicional apresentação dos formandos de cada faculdade no Old Campus de Yale, que estava repleto com milhares de licenciados que se distinguiam pelos chapéus e togas de finalistas. Pelo menos 150 estudantes que estavam sentados nas primeiras fileiras se levantaram em conjunto, viraram as costas ao palco e abandonaram a cerimônia pela porta principal.
Muitos dos estudantes carregavam cartazes com frases como “Livros, não bombas” e “Desinvestir na guerra”. E ainda exigiam “Retirem as acusações” e “Protejam a liberdade de expressão”, em referência às ações para desmobilizar e reprimir acampamentos pró-Palestina em várias outras universidades norte-americanas, entre as que se destacam a entrada da polícia nos campus, a prisão de manifestantes e a instauração de processos disciplinares a alunos e docentes que participaram dos atos.
Alguns dos manifestantes usavam luvas vermelhas, simbolizando mãos ensanguentadas. O protesto foi acompanhado por aplausos dos colegas que continuavam na plateia, e decorreu de forma pacífica e sem perturbações. No palco, ninguém reagiu.
Foi também devido à onda de manifestações em defesa da Palestina que a Universidade do Sul da Califórnia optou por cancelar a cerimônia principal de formatura e, na semana passada, dezenas de estudantes da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, abandonaram a entrega dos diplomas em um protesto contra o orador convidado, o comediante Jerry Seinfeld, que apoiou a guerra de Israel.
Na segunda-feira passada, em Santa Cruz, no Estado da Califórnia, centenas de pesquisadores sindicalizados, professores auxiliares e bolsistas de doutoramento entraram em greve para protestar contra práticas trabalhistas injustas da faculdade, tendo em conta a forma como lidou com as manifestações pró-Palestina.
Os grevistas são membros da United Auto Workers (UAW) Local 4811, entidade que representa cerca de 2 mil estudantes de pós-graduação e outros trabalhadores acadêmicos nessa universidade, assim como cerca de 48 mil nos dez campi da Universidade da Califórnia e no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.
Os atuais protestos antigenocídio nas universidades dos EUA, onde ao menos 2.500 manifestantes foram presos, já são os maiores desde a Guerra do Vietnã e contra eles o establishment norte-americano lançou suas tropas de choque, de Nova York à Califórnia, passando pelo Texas, para remover violentamente as pessoas que acampavam exigindo o fim da carnificina em Gaza e o fim da cumplicidade de Washington com os crimes de Netanyahu, além do desinvestimento das universidades norte-americanas nas empresas com vínculos com o genocídio e o apartheid.
Fonte: Papiro