Moody’s melhora perspectiva para investimentos no Brasil
Na quarta-feira (1), a agência de classificação de riscos Moody´s alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”. Isto significa que o nível (rating) Ba2 pode ser elevado em breve.
A trajetória positiva acompanha o que já ocorreu com outras agências que elevaram as notas no ano passado, a Standard & Poor’s e a Fitch. Ambas aumentaram as notas de BB- para BB (elas seguem, praticamente, o mesmo padrão) e antes disso tinham melhorado a perspectiva para positiva, como aconteceu agora. No entanto, a equivalência das notas alcançou o patamar em que a Moody´s já estava, dois níveis abaixo da categoria grau de investimento.
Portanto, caso se cumpra o cenário de melhora e a passagem para positiva da nota Ba2 eleve o rating para Ba1, o Brasil estará somente um nível abaixo da almejada categoria grau de investimento pela agência. A última movimentação pela Moody´s havia ocorrido em 2018, quando a perspectiva passou de negativa para estável.
Em nota, o Tesouro Nacional ressalta que o comunicado da agência destacou que a melhora na perspectiva do crescimento do país acontece “após sucessivas reformas estruturais e salvaguardas institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas.”
Neste aspecto, é citado como fundamental a reforma tributária, a atração de investimentos para a transição energética e o “papel do arcabouço fiscal para a consolidação fiscal, levando à redução gradual dos déficits fiscais”.
Grau de investimento
Atingir o patamar de grau de investimento atesta que o país não corre risco de deixar de pagar a dívida pública, isto atrai investimentos, uma vez que notas mais altas servem de referência para os juros dos títulos públicos.
O comunicado do Tesouro ainda reforçou o caminho a ser trilhado em busca de ampliação de investimentos no país com geração de empregos: “O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas. O melhor balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.”
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, utilizou as redes sociais para sublinhar a importância da notícia: “A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos três poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer!”