Frederico Meyer (no centro) | Foto: Ahmad Gharabli/AFP

O presidente Lula oficializou, nesta quarta-feira (29), a remoção de forma definitiva do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, e enviá-lo para Genebra, na Suíça.

Meyer foi trazido de volta para o Brasil em fevereiro, depois que Israel tentou humilhá-lo para fazer o Brasil parar de denunciar o genocídio que o país está realizando na Faixa de Gaza.

Na sexta (24), Frederico Meyer tinha voltado para Israel, mas não para retomar o cargo. Agora, conforme publicado no Diário Oficial, ele estará na missão permanente da Conferência do Desarmamento, em Genebra.

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, havia falado que Frederico Meyer não voltaria para seu posto em Tel Aviv. “Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado”, explicou o ex-ministro.

No dia seguinte após o presidente Lula ter falado que o massacre de palestinos realizado por Israel só pode ser comparado a “quando Hitler resolveu matar os judeus”, o governo de Israel constrangeu Meyer para ir ao Museu do Holocausto.

Lá, o chanceler israelense, Israel Katz, deu um “sermão” insultuoso e disse que o presidente Lula era “persona non grata até que retire o que disse”.

Três meses depois Israel continua massacrando a população civil na Faixa de Gaza e ignorando as decisões da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU.

A Corte determinou, na sexta-feira (24), que Israel interrompa “imediatamente” os ataques contra a cidade de Rafah, que fica no sul da Faixa de Gaza. A cidade acolheu centenas de milhares de palestinos que deixaram suas casas em toda a Faixa de Gaza por conta dos bombardeios israelenses.

No domingo (26), um ataque aéreo, com uso de pelo menos oito mísseis, foi realizado por Israel contra tendas de refugiados. Pelo menos 45 pessoas morreram no ataque.

Desde outubro, Israel já assassinou 36.050 palestinos em Gaza, enquanto outros 81 mil foram feridos. Calcula-se que 70% dos mortos eram mulheres e crianças.

Fonte: Página 8