Assembleias em 59 universidades federais rejeitam proposta do governo
Os professores e técnicos administrativos das universidades e instituições de ensino federais (Ifes) decidiram manter a greve iniciada em 15 de abril. De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), desde a última negociação, no dia 20, 59 assembleias realizadas em universidades e em mais de 560 colégios federais rejeitaram a proposta apresentada pelo governo e decidiram pela manutenção da greve e pela elaboração pelo Andes-SN de uma nova contraproposta de reajuste.
A despeito de o governo ter dado um ultimato às categorias em comunicado enviado às entidades afirmando “não haver margem para recepção de novas contrapropostas”, uma nova proposta será encaminhada hoje pelo sindicato ao MGI.
Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (24), o presidente do Andes, Gustavo Seferian, disse que a postura do governo em forçar acordo com entidades não representativas dos docentes demonstra ainda intransigência do governo, ao decretar de forma unilateral o fim das negociações. “Repudiamos a interrupção unilateral do processo democrático de negociação pelo governo federal”, afirmou. “Queremos seguir conversando com o governo federal e entendemos que há, sim, espaço no orçamento deste ano para comportar, não só as demandas remuneratórias, mas sobretudo a recomposição de investimentos nas instituições federais de ensino superior.”
Na última proposta apresentada pelo governo, e rejeitada pelas categorias, os professores de universidades e colégios federais ficariam sem reajuste este ano, com aumento de 13,3% a 31% só a partir de 2025. A contraproposta da entidade defende em primeira mão a rejeição ao reajuste zero em 2024, e pede 3,69% de reajuste em agosto deste ano (índice acumulado do IPCA por doze meses até abril de 2024); 9% de reajuste em 2025, e 5,16% em 2026.
O Sindicato exige também a recomposição orçamentária para as Ifes de no mínimo R$ 2,5 bilhões em 2024 e, sobre aposentadoria, a categoria quer garantia de paridade entre ativos e aposentados e reposicionamento dos aposentados na posição relativa ao teto da carreira em que se encontravam no momento da aposentadoria.
O texto também reivindica a instituição de Mesa Permanente para assuntos de carreira e revogação de portarias e decretos instituídos no governo Bolsonaro que atentam contra os direitos dos servidores.
Fonte: Página 8