Foto: Sindmotoristas

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo aprovaram, em assembleia da categoria na última sexta-feira (10), entrar em estado de greve após rejeitarem as propostas de reajuste nos salários e demais benefícios apresentados pelo setor patronal na terceira reunião de negociação, no dia 9, com o SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de São Paulo).  

Durante o estado de greve, o sindicato vai promover uma série de mobilizações e ações dos trabalhadores nos próximos dias em garagens e nos terminais de ônibus em sinal de protesto.  

A proposta apresentada pelos patrões foi reajuste de 2,77% pelo IPC-FIPE (cujo índice é o mais baixo dentre os medidos no período) nos salários e demais benefícios econômicos, índice abaixo do reivindicado pela categoria, que é de 3,20% pelo INPC-IBGE, mais aumento real. A categoria também quer Participação nos Lucros Reais (PLR), além de pauta específica do setor de manutenção, convênio médico, redução da jornada de trabalho e fim da 1 hora de refeição não remunerada.

Segundo o sindicato, nos últimos 4 anos, a categoria vem somando perdas salariais e de benefícios, de forma expressiva, por desmando de ex-gestões irresponsáveis e ganância dos patrões.

Indignado com a postura patronal nas negociações, o presidente do sindicato, Edivaldo Santiago, enumerou ainda a realidade vivida pela categoria durante e após a pandemia de Covid-19.

“Na pandemia, além dos direitos subtraídos, tivemos a perda de mais de 1.500 companheiros e companheiras, bem como os mais de 3.500 que estão com algum tipo de sequela, muitos sequer conseguiram retornar ao trabalho. Vamos à luta, pois só se conquista através dela. A greve nos garante respeito e melhores condições de vida e trabalho”, ressaltou.

De acordo com Edivaldo Santiago, a intransigência patronal chegou ao limite: “Esta situação precisa ter um basta”, disse. “Não vamos fazer campanha de oba-oba. Vamos nos organizar, nos mobilizar e mostrar para o mundo que a categoria está sofrendo pela má vontade dos patrões, que subtraíram nossos benefícios e não querem negociar”.

No programa de mobilizações estão previstas, nos próximos dias, assembleias de duas horas com o setor de manutenção, assembleias com os trabalhadores da operação (motoristas e cobradores), manifestações em terminais, entrega de carta aberta aos paulistanos, comunicados à imprensa, catraca livre nos ônibus e, se necessário, greve de 24 horas.

Na próxima quarta-feira (15), segundo a entidade, haverá mais uma grande assembleia geral, desta vez com a presença de lideranças sindicais ligadas ao transporte de várias regiões (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Sindicato dos Empregados em Fiscalização de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Depósito de Distribuição de Bebidas de São Paulo e Região, Sindicato dos Motoristas de Osasco, Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas Secas e Molhadas e Diferenciada de Osasco e Região, Sindicato dos Rodoviários de São Paulo, Sindicato dos Cargas Próprias de São Paulo, Sindicato dos Motoristas de Guarulhos, Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Santos e Região, FTTRESP) numa grande moção de apoio ao SMTTRUSP e criação de Campanha Salarial Unificada.

Fonte: Página 8