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No último sábado (11), o maior navio de guerra da América Latina, o aeródromo multipropósito Atlântico (NAM), chegou à cidade de Rio Grande, no extremo sul gaúcho, para auxiliar nos esforços de socorro às vítimas das enchentes que atingiram o estado.

Com mais de 150 toneladas de donativos a bordo, o navio traz um reforço de 1.350 militares, além de recursos fundamentais como 14 toneladas de suprimentos, duas estações para tratamento de água potável, três helicópteros, 35 automóveis e 24 embarcações de pequeno e médio porte.

O NAM também traz duas estações móveis para tratamento de água. Elas podem produzir 20 mil litros de água potável por hora. O comandante do 5º Distrito Naval, vice-almirante Fonseca Júnior, afirmou que o navio servirá como um polo de abastecimento para que pequenas embarcações possam auxiliar nas cidades atingidas pelas chuvas. 

O NAM foi construído na década de 1990, na Inglaterra. A embarcação foi incorporada à Marinha do Brasil em 2018, quando recebeu o nome de Porta-Helicópteros Multipropósito “Atlântico”. Já em novembro de 2020, foi reclassificada como “Navio-Aeródromo Multipropósito”, devido a sua capacidade de operar com aeronaves remotamente pilotadas. 

O navio tem 203 metros de comprimento, sua velocidade máxima mantida é de 18 nós (33 km/h) e o raio de ação é de 8 mil milhas náuticas (14,8 mil quilômetros).

O navio de socorro submarino “Guillobel”, de propriedade da Marinha, também zarpou rumo ao Rio Grande do Sul com contêineres contendo remédios, água, ração, roupas, alimentos, além do embarque de 100 militares para atuar na região.

O nível da Laguna dos Patos, que recebe as águas dos rios gaúchos, está atualmente 1,41 metro acima do normal, segundo a Universidade Federal do Rio Grande. Cerca de 400 pessoas já deixaram suas casas e estão em abrigos na cidade.

A chegada do navio na cidade de Rio Grande é aguardada com expectativa, já que a cidade está localizada no extremo sul do estado, onde as águas da Laguna dos Patos deságuam no Oceano Atlântico pelo Canal da Barra. A preocupação é que ventos desfavoráveis possam fazer com que a água fique represada, agravando a situação nas áreas ribeirinhas.

O centro histórico de Rio Grande já apresenta sinais da elevação do nível da água, com ruas e praças alagadas. A expectativa é que o apoio do navio e de sua tripulação auxilie no atendimento às vítimas e na contenção dos danos causados pelas cheias.

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