Tropas de Israel já expulsaram de Rafah 640 mil palestinos, denuncia a ONU
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) informou que 640 mil pessoas foram forçadas a fugir de Rafah, na Faixa de Gaza, sob bombardeios das tropas israelenses iniciou no dia 6 de maio, multiplicando os bombardeios por terra, ar e mar, bem como as mortes e a destruição.
“Muitos procuraram refúgio em Deir al-Balah, que está agora insuportavelmente superlotada e em condições terríveis”, alertou a UNRWA, expressando a gravidade dos crimes cometidos, com repercussão ainda mais dolorosa sobre os mais frágeis em Gaza. “Todos estão preocupados com o futuro das crianças. Estas crianças merecem um futuro: precisamos de um cessar-fogo imediato”, sublinhou o comunicado da agência.
Segundo as autoridades de saúde locais, o número de palestinos mortos desde o início da agressão israelense à Gaza, em 7 de outubro de 2023, aumentou para 35.303, sendo que mais de 8 mil permanecem desaparecidas sob os escombros, e 79.261 encontram-se feridas, muitas delas mutiladas.
Os professores da UNRWA estão sendo forçados a utilizar áreas improvisadas, ocupando todos os espaços dos corredores e salas para fornecer educação às crianças, em meio ao deslocamento forçado e à brutalidade da agressão. Conforme a agência, a ocupação israelense iniciou uma operação militar em total desrespeito aos avisos sobre suas terríveis consequências.
As Nações Unidas também já tinham alertado que os crescentes esforços de ajuda internacional vêm sendo boicotados, o que implica numa ameaça iminente pela falta de água, alimentos e combustível. Além disso, havia sublinhado a necessidade urgente de que se abram passagens terrestres à Gaza a fim de aumentar o fluxo de entrega de ajuda humanitária.
A agressão multiplica a cada dia o número de vítimas, colocando nome e endereço à barbárie. De acordo com o correspondente da agência de notícias WAFA, as forças de ocupação nazi-israelenses bombardearam a área ao redor da Praça Shuhada em Bureij, assassinando uma pessoa e ferindo várias outras nesta sexta-feira (17). Simultaneamente, mais dois palestinos foram executados e outros atingidos por um ataque sionista contra o centro de Rafah, no sul do enclave.
No início do mesmo dia, equipes de defesa civil recuperaram os corpos de seis civis e muitos outros feridos alvejados na sequência de um ataque aéreo a uma casa na cidade de Jabalia, no norte de Gaza.
Além disso, alertou o correspondente da WAFA, aviões de guerra israelenses dispararam sem cessar contra inúmeros locais do campo de refugiados de Jabalia, concentrando artilharia e bombardeio em casas próximo ao Hospital Kamal Adwan. A artilharia militar também teve como alvo os bairros de al-Tuwam, Safatwi e Al-Qasasib, no norte de Gaza, enquanto as forças navais bombardearam contra a costa de Rafah.
No sul de Gaza, uma fonte médica do Hospital Especializado do Kuwait, em Rafah, confirmou ferimentos causados por um ataque aéreo israelense numa casa pertencente à família Hamad, perto da Praça Zarab, em Rafah. Também contra Rafah, veículos militares de Israel realizaram extensas demolições e escavações, destruindo casas e blocos residenciais nas zonas orientais da cidade.
Um avião de guerra teve como alvo uma casa pertencente à família Telbani no campo de refugiados de Al-Shati, a oeste da cidade de Gaza, resultando no assassinato de mais três pessoas, deixando várias feridas.
As forças de ocupação concentradas próximas à entrada da cidade de Beit Hanoun, no norte de Gaza, aumentaram o cerco contra dezenas de famílias deslocadas que se abrigam em escolas, impedindo sua saída.
Fonte: Papiro