Foto: Agência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou, na segunda-feira (20), 9 pessoas ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo envolvimento nos bloqueios criminosos de rodovias do país após o anúncio da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de outubro de 2022.

A propósito, é importante lembrar que os bloqueios nas rodovias foram os precursores dos acampamentos, por parte dos apoiadores do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL), nas portas dos quartéis do Exército Brasil afora.

A malta fascista queria, com isso, pressionar as Forças Armadas para se envolverem na aventura golpista de Bolsonaro e seus asseclas. Felizmente, coube ao então comandante do Exército, general Marco Antonio Gomes Freire, ameaçar Bolsonaro com prisão caso ele tentasse subverter a ordem democrática.

Também o ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Batista Júnior, se opôs ao golpe proposto por Bolsonaro. Isolado, somente o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, apoiou o golpismo.

Os golpistas e terroristas, que tentaram desfechar golpe de Estado dia 8 de janeiro de 2023, se alojaram e partiram do QGEx (Quartel-General do Exército), em Brasília, para a Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes.

O acampamento tornou-se espécie de criadouro de golpistas e terroristas. Os facínoras, que tentaram explodir o aeroporto internacional de Brasília, ficaram acampados em frente ao quartel.

No documento, Gonet pede ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, que os acusados se tornem réus pelos crimes de associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Conforme a denúncia da PGR, os acusados promoveram pontos de bloqueios entre 30 de outubro e 7 de novembro de 2022 em rodovias de Santa Catarina para praticar atos contra a legitimidade das eleições.

Além disso, segundo o procurador, eles participaram de “movimento ideologicamente” unidos a outras paralisações de rodovias no País para pedir o fechamento do STF e intervenção militar por não se conformarem com o resultado das eleições presidenciais.

“O bloqueio em si já constituiu ato de violência, e durante a sua realização também se produziram atos de violência pessoal”, escreveu o chefe do MPF (Ministério Público Federal).

“A conduta se relaciona com o conjunto de práticas bárbaras e truculentas com que se buscou, sobretudo após o resultado final da eleição presidencial de 2022, desestimar a vontade popular expressa nas urnas democráticas e teve em mira a orquestração de sublevação contra o governo eleito, por meio de ações de violência”, concluiu o PGR.

Fonte: Página 8