Em viagem à Europa para participar da Cúpula do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na manhã nesta sexta-feira (14) com o papa Francisco. O encontro ocorreu no Hotel Borgo Egnazia, na região italiana da Puglia, onde o pontífice deu as boas-vindas aos chefes de Estado que participam do segmento externo da cúpula.

Segundo o Vaticano, está prevista uma reunião ainda hoje entre os dois líderes. Porém, essa possível bilateral não consta na agenda oficial da Presidência da República.

Francisco chegou ao Borgo Egnazia de cadeira de rodas e foi acompanhado pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Ele cumprimentou brevemente cada um dos líderes mundiais presentes, como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Argentina, seu conterrâneo Javier Milei.

Foi a primeira vez que o papa discursou numa cúpula do G7. Seu discurso exortou os líderes das potências mundiais a defenderem o uso ético das novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial (IA). De acordo com ele, “    Segundo o argentino, “não devemos esquecer que nenhuma inovação é neutra e, no seu impacto na sociedade humana, representa sempre uma forma de ordem nas relações sociais e uma posição de poder”.

“Só se for garantida sua vocação ao serviço da humanidade é que as ferramentas tecnológicas revelarão não só a grandeza e a dignidade única do ser humano – mas também o mandato que este recebeu para cultivar e proteger o planeta e todos os habitantes”, disse o papa. “Falar de tecnologia é falar do que significa ser humano e, portanto, da nossa condição única entre liberdade e responsabilidade, ou seja, significa falar de ética.”

Em nome dos chefes de Estado, Giorgia Meloni agradeceu a Francisco. “Muito obrigada novamente por aceitar o nosso convite. Obrigada pela primeira vez de um pontífice no G7. Obrigada por suas palavras – que são, claramente, uma fonte de inspiração para cada um de nós”, afirmou a premiê.

Na véspera, em Genebra (Suíça), Lula citou o papa ao participar do Fórum da Coalizão Global para Justiça Social, no âmbito da 112ª Conferência Internacional do Trabalho (OIT). Ao propor a taxação global dos super-ricos, o presidente brasileiro evocou uma célebre mensagem do pontífice: “Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na desigualdade”..