Bandeira palestina na cerca do presídio israelense de Ofer, perto de Ramallah | Foto: Abbas Momani/AFP

O sistema israelense de prisão sistemática do povo palestino continua a todo vapor com o apoio incondicional dos Estados Unidos. Sob o termo utilizado pelos fascistas israelenses “detenção administrativa” (prisões com evidência secreta, indefinidamente e sem direito a julgamento), aproximadamente 10 mil cidadãos palestinos estão detidos.

A ‘Comissão Palestina para Assuntos de Detidos e Ex-Detidos’ condenou, em 7 de abril, os sequestros das estudantes Layan Kayed e Layan Naser, ativistas de direitos palestinos na Cisjordânia. “Nossa relação com a prisão é a de uma tentativa constante de nos domesticar e nos alienar”, disse Kayed em mensagem para sua família.

Israel tornou como política de segurança a criminalização de grupos estudantis palestinos, que são constantemente intimidados, assediados e presos. O exército israelense constantemente faz invasões a campus de universidades na Cisjordânia.

Layan Naser, foi sequestrada de sua casa de madrugada na cidade de Bizreit, na Cisjordânia, onde ela e sua família foram mantidos sob a mira de armas do exército israelense. Seus pais falaram que não houve nenhum mandato de prisão e nem informação sobre onde ela está sendo mantida presa. Layan é a única mulher cristã em detenção pelo exército israelense e despertou a indignação do Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, “estou chocado e profundamente preocupado”, disse em mensagem no X (ex Twitter). “Por favor, rezem pela segurança de Layan e rápida libertação”, disse.

A Comissão de Assuntos de Detidos, também apontou que desde 16 abril, 8.270 foram presos na Cisjordânia, incluindo 275 mulheres, 520 crianças e 66 jornalistas. Desde 7 de outubro do ano passado, 16 presos foram mortos sob condição de tortura.

Em Gaza, cerca de 3.000 palestinos foram presos desde o início da invasão segundo a ONG ‘Centro de Direitos Humanos Al Mezan’, “mulheres, crianças, idosos, além de profissionais como médicos, enfermeiros, professores e jornalistas”, comunicou a ONG. Desses 3.000 detidos, 1.650 palestinos estão presos pela “Leis dos Combatentes Ilegais”, similar à regra de “detenção administrativa”, mas voltada ao povo de Gaza. Presos, eles são isolados, sem representação legal e sem acusação. Pela Convenção de Genebra, eles teriam que ser declarados prisioneiros de guerra onde teriam direito a proteções.

Reportagens do jornal israelense Haaretz relatam que, em Gaza, 27 prisioneiros palestinos foram mortos desde 7 de outubro do ano passado. Eles teriam sofrido tortura, espancamentos, foram roubados e estuprados. Eles também tiveram acesso a médicos e advogados negados. O ‘Comitê Público Contra a Tortura em Israel’ apontou que esse crescimento de detidos palestinos é de “200% maior do que o normal em um ano”.

“Ainda esta semana, dois presos tiveram as pernas amputadas devido a ferimentos algemados, o que infelizmente é um acontecimento rotineiro”, denunciou um médico em outra reportagem do Haaretz. 

Presos são submetidos a um regime de tortura e fome, segundo a Al Mezan um prisioneiro palestino de 19 anos teve unhas arrancadas com um alicate durante um interrogatório.

Eles também denunciaram danos na curvatura da coluna por serem forçados a ficarem algemados agachados por tanto tempo.

“Todos os anos, Israel prende e detém centenas de menores palestinos, ao mesmo tempo que viola rotineira e sistematicamente os seus direitos: durante a prisão e sob interrogatório”, disse o grupo israelense B’Tselem.

Fonte: Papiro