“A Palestina vencerá a ocupação!”, entoa a multidão na escadaria da Universidade de Havana | Foto: EFE

Liderados pela Federação dos Estudantes Universitários (FEU), milhares de jovens cubanos ocuparam os campi de toda a Ilha na quinta-feira (2) para condenar o crime promovido por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza, bem como denunciar a sustentação política, econômica e militar do governo estadunidense à agressão.

“Os estudantes universitários estadunidenses têm mais vergonha do que o governo de Biden”, afirmou o presidente da FEU, Ricardo Rodríguez González, rechaçando a cumplicidade da administração norte-americana com o genocídio perpetrado pelos sionistas, que já soma mais de 42 mil mortos e desaparecidos desde o dia 7 de outubro.

Após várias semanas de protestos, a polícia dos EUA interveio em vários acampamentos de manifestantes universitários contra o genocídio em Gaza e prendeu mais de 2.500 pessoas, recordou o presidente da FEU, criticando a covardia do procedimento, bem como a cumplicidade das autoridades que permitiram o uso indiscriminado da força para reprimir professores e estudantes.

“Nos perguntamos agora, onde está o suposto defensor da liberdade de expressão, desse direito a se concentrar e exigir? Por que atacar os campi desses universitários que têm uma força moral superior à dos funcionários da Casa Branca? Onde estão vocês agora Estados Unidos para apontar com o dedo os latino-americanos que constroem seus países de forma independente?”, questionou Rodríguez.

Em contraposição à cumplicidade das administrações universitárias dos EUA, a reitora da Universidade de Havana, Miriam Nicado García, declarou que a instituição será sempre uma tribuna para atos contra a injustiça. Na capital, a dupla Buena Fe integrou o elenco de artistas que animou o protesto que manifestou a disposição de oferecer seu coração pela causa Palestina.

Com faixas e bandeiras palestinas, vários jovens de todas as idades com os corpos pintados expressando a solidariedade marcaram a palavra de ordem “Israel assassina, Biden patrocina”, que retumbaram em seus batuques. 

Universidades como a de Havana, o Instituto Superior das Relações Internacionais (ISRI), de Ciências Pedagógicas Enrique José Varona, e das Ciências Médicas de Camagüey e Granma entoaram que “desde o rio até o mar, a Palestina vencerá!”.

A palestina Samar Alghoul, uma das milhares de jovens beneficiadas pela solidariedade internacional cubana aos povos do mundo, agradeceu o apoio militante que se mantém, superando as adversidades. Estudante de Medicina na Ilha, Samar disse que “a causa palestina é de todos os lutadores pela liberdade” e que “o espírito revolucionário nasce e renascerá” com o exemplo e o combate pela justiça.

Representando a Rede Nacional de Apoio a Cuba, a líder afro-americana Shaquille Fontenot manifestou o seu respaldo à luta contra o bloqueio econômico imposto pelo império e citou o absurdo do arquipélago ter sido incluído na “lista de patrocinadores do terrorismo”. “Cuba, tua resiliência nos inspira. Palestina, tua resistência nos inspira”, concluiu.

Fonte: Papiro