Tendas de sem-teto, visão cada vez mais frequente na paisagem urbana dos EUA | Foto: Brendan Smialowsky/AFP

Relatório encomendado à RAND Corporation aponta “declínio acelerado dos Estados Unidos como potência por causa de problemas internos e externos”.

O relatório entregue pela RAND (um instituto de pesquisa e firma de consultoria americana, criado logo após o término da Segunda Guerra e historicamente conectado ao órgão de ação bélica dos EUA), denominado “As Fontes do Dinamismo Nacional Renovado”, foi publicado nesta terça-feira e põe ênfase na posição dos Estados Unidos frente à ascensão da China como potência mundial.

O principal autor de uma série de relatórios, Michael J. Mazarr, relata – em um informe que tem por base a concepção competitiva e de dominação imperialista norte-americana – que a “posição competitiva dos EUA está ameaçada tanto a partir de dentro (em termos de abrandamento do crescimento da produtividade, de uma população envelhecida, de um sistema político polarizado, e de um ambiente de informação cada vez mais corrompido), como de fora (em termos de um crescente desafio direto da China e do declínio da deferência para com os EUA por parte de dezenas de nações em desenvolvimento).”

Segundo o relatório, a divisão política dentro dos EUA está acelerando a decadência pela criação de duas narrativas concorrentes entre direita e esquerda que, apesar de concordarem em alguns aspectos, principalmente em que alguma coisa está errada no país, divergem em qual seria a solução para o problema, e que se os americanos não conseguirem resolver o problema, a crise só vai se aprofundar no futuro.

 “A recuperação de um declínio nacional significativo a longo prazo é rara e difícil de detectar no registro histórico”, para os autores da pesquisa há semelhanças com a decadência de impérios passados.

Os crescentes gastos com o exército americano, a corrupção endêmica na política, ineficiência das instituições nacionais, a decadência moral da população, elites indiferentes com as necessidades do país, crescente desigualdade, são sintomas dessa decadência.

“Quando as grandes potências decaem de uma posição de preeminência ou liderança devido a fatores internos, raramente inverteram esta tendência”.

O relatório também aponta possíveis soluções para o problema, como a implantação de políticas progressistas e reformas nas políticas trabalhistas, negócios, meio ambiente e combate à corrupção.

“Os progressistas tinham um ‘anseio de renascimento’ e procuravam injetar ‘alguma vitalidade visceral numa cultura moderna que parecia frágil e prestes a entrar em colapso” disse um dos autores.

Fonte: Papiro