Cenários de devastação começam a se alastrar também por Rafah | Foto: EPA

Uma bomba atirada pelas tropas de Netanyahu matou 12 pessoas, sendo 10 de uma mesma família, incluindo cinco crianças e adolescentes com idades entre três e 16 anos, na noite de quarta-feira (17). A mãe está desaparecida, segundo a CNN.

“Recuperamos os restos mortais de 12 pessoas. Havia mulheres e crianças, encontramos braços e pés. Todos foram despedaçados. Isso é horrível, não é normal. O mundo inteiro é cúmplice”, assinalou Abdeljabbar al-Arja, vizinho da família, à AFP.

A família estava abrigada em Rafah, cidade que acolheu quase um milhão e meio de deslocados pelo conflito, de acordo com as Nações Unidas. A população civil, principalmente famílias com crianças, incluindo menores sozinhos que ficaram órfãos vítimas do genocídio que Israel perpetra na Faixa de Gaza. O bombardeio inclemente na região norte e o ataque ao centro e parte do sul forçou o deslocamento mais de um milhão de palestinos.

Rafah é anunciada como o próximo alvo da incursão israelense, sob alegações de ser o “último bastião” do Hamas e de que alguns reféns sequestrados durante o ataque encabeçado pelo Hamas em 7 de outubro estão sendo mantidos ali.

As Forças Armadas israelenses declararam, na quinta-feira (18), de um ataque aéreo no campo de refugiados de al-Maghazi, no centro de Gaza. O ataque foi realizado na terça, dia 16, e há informações de que neste bombardeio foram assassinados 14, incluindo oito crianças.

Ainda no bairro de Al Salam, Rafah, equipes de resgate localizaram, também na terça, os corpos de oito membros de uma mesma família, incluindo dois menores de idade e duas mulheres. 

Jamalat Ramidan, morador da região, relatou que durante o ataque acordou com as vozes das filhas pequenas gritando “mamãe, mamãe, mamãe”. Enquanto fugiam, tropeçaram em “partes de corpos e cadáveres espalhados por toda parte”, contou à agência de notícias francesa AFP.

Os crimes contra civis não param em Rafah. O correspondente da Agência WAFA informou que pelo menos quatro palestinos foram mortos e outros ficaram feridos no bombardeio por aviões de guerra israelenses contra uma casa que abrigava pessoas deslocadas, no campo de refugiados de Al-Shati.

Simultaneamente, aviões de guerra israelenses bombardearam o bairro de Sheikh Radwan, a norte da cidade de Gaza, resultando em feridos entre civis que foram transportados para o Hospital Árabe Al-Ahli, na cidade.

O Crescente Vermelho Palestino informou que três civis foram baleados com munição real pelas forças de ocupação israelenses na cidade de Beita, ao sul de Nablus, na quinta-feira (18).  Um deles é uma criança que foi baleada na coxa, outro é uma criança baleada no pé e um jovem de 21 anos foi baleado na mão. Eles foram transferidos para o hospital para tratamento.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou em discurso ao Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira (17), que crianças pequenas e recém-nascidos estão morrendo de desnutrição e desidratação no norte de Gaza. “As crianças estão carregando o peso desta guerra. Mais de 17 mil menores estão separados de suas famílias, deixados sozinhos para enfrentar os horrores de Gaza”, frisou. 

O exército de ocupação israelense cometeu 4 massacres contra famílias na Faixa de Gaza, resultando na morte de 42 cidadãos e no ferimento de outros 63 nas últimas 24 horas.

Fontes médicas informaram, na sexta-feira (19), que o número de mortos na agressão israelense contra a Faixa de Gaza subiu para 34.012 e 76.833 feridos, desde o início da agressão contra o povo palestino iniciada em 7 de Outubro.

Fonte: Papiro