PCdoB São Paulo faz balanço positivo da Semana Vermelha: “Ocupamos as ruas”

O PCdoB mostrou “ousadia e força” ao levar para as ruas paulistanas a comemoração de seus 103 anos, marcada pela Semana Vermelha. A opinião é do presidente do PCdoB São Paulo (SP), Alcides Amazonas, que considera “muito positivo” o saldo das ações organizadas pelo Partido de 21 a 27 de março.
“Saímos de um momento adverso em que os comunistas estavam sendo massacrados nas praças e nas ruas, como se fossemos responsáveis por todos os males do mundo. Nem sequer podíamos andar de camisa vermelha”, lembra o dirigente. “Apesar da polarização, o terceiro mandato do presidente Lula abriu melhores condições de diálogo com o povo.”
Segundo Amazonas, com o retorno da esquerda à Presidência da República e o desgaste crescente do bolsonarismo, era a hora de “dar as caras” e “voltar às ruas”. Foi com esse sentido que a direção municipal do PCdoB propôs a Semana Vermelha e mobilizou todo o coletivo partidário, envolvendo os 14 comitês distritais, bem como os comitês de empresa e as bases especiais.
“Alerta”
Na primeira ação, militantes distribuíram 50 mil exemplares do jornal “Alerta São Paulo”, de segunda (24) a sexta-feira (28). “Fizemos uma edição especial do ‘Alerta” para divulgar o grande legado de conquistas que tiveram a contribuição decisiva do PCdoB nestes 103 anos”, explica Amazonas. “A página 2, por exemplo, teve uma seção chamada “Foi um comunista que fez!’. Demos vários exemplos de leis criadas por parlamentares do PCdoB no estado e no Brasil.”

A direção orientou cada base a fazer uma panfletagem dirigida e estratégica, em locais onde o Partido tem presença e influência. “É um jornal para subsidiar o trabalho de base. Numa única atividade, na Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), quatro jovens se filiaram”, diz Amazonas.
Houve agendas em todas as regiões da cidade, sobretudo em fábricas, garagens de ônibus, hospitais, universidades e feiras. Em algumas regiões, a militância montou a “banquinha do PCdoB”. A proposta é que as bases retornem a esses pontos e deem continuidade à tarefa.
“Faixaço”
Outra iniciativa de repercussão foi o “Faixaço”, realizado tanto na região central como nas periferias, no dia oficial do aniversário do Partido – 25 de março. O PCdoB São Paulo escolheu pontes e viadutos para afixar grandes faixas e promover o socialismo.

“Foram várias bandeiras gigantes do PCdoB nos viadutos com o lema de nossa campanha nacional de filiação: ‘O futuro tem partido, e ele é socialista’”. A aceitação foi muito boa, a ponto de diversas pessoas pararem para fotografar o bandeirão”, afirma Amazonas. Um vídeo do “Faixaço” chegou a ter mais de 8 mil visualizações nas redes sociais.
Festival
As ações culminaram no Festival Vermelho São Paulo – uma grande festa política e cultural promovida na Praça Roosevelt, no Centro. A inspiração foi o Festival Vermelho, que teve duas edições organizadas pelo Comitê Central do PCdoB – em 2022, na cidade de Niterói (RJ); e no ano passado, em Salvador (BA).
Desta vez, a escolha da Praça Roosevelt foi simbólica. Em 2015, quando era subprefeito da Sé, o próprio Amazonas assinou a portaria que autorizou e regulamentou a realização de eventos no local. “Dez anos depois, fomos lá na praça e vencemos as limitações financeiras”, afirma o presidente do PCdoB São Paulo. “Graças à doação de um palco e a participação generosa de artistas, fizemos um evento bonito e animado, arte, cultura e política”.
Para Amazonas, a Semana Vermelho comprovou que o PCdoB deve “ocupar mais as ruas e as redes”, como um diretriz para o revigoramento partidário. “Só ocupar as redes é insuficiente. Só ocupar as ruas, também. Essa combinação entre ruas e redes deu certo – e pretendemos repetir!”.
Próximas tarefas
De acordo com o dirigente, os militantes de São Paulo devem se engajar no Plebiscito Popular 2025, lançado pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. A consulta nacional tem três pautas centrais: o fim da escala 6×1 (articulada com a redução da jornada de trabalho); a taxação dos super-ricos; e a isenção do imposto de renda para todos que recebem até R$ 5 mil de salário por mês.
Além disso, o PCdoB São Paulo abraçou a Campanha Nacional de Filiação, voltada à juventude. A cidade tem uma das maiores bases organizadas de entidades como a UJS (União da Juventude Socialista) e a JPL (Juventude Pátria Livre), além de abrigar a sede das três entidades estudantis nacionais – a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).
“Não podemos perder o que acumulamos”, conclui Amazonas. “Nossa diretiva geral é manter a mobilização para ter um PCdoB que chegue mais forte às eleições de 2026. Vamos reeleger os parlamentares do Partido e derrotar as forças que representam o fascismo em São Paulo e no Brasil.”