Blogueiro fascista dos EUA recua e admite que caluniou a Justiça brasileira
O blogueiro norte-americano Michael Shellenberger admitiu, nesta quinta-feira (11), que não tem nenhuma prova de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenha ameaçado ilegalmente funcionários do Twitter.
Shellenberger usou a informação falsa para começar os ataques nas redes sociais contra o Supremo Tribunal Federal (STF), dos quais participou o dono do Twitter (atual X), Elon Musk.
Somente depois de ter sua mentira exposta pela advogada Estela Aranha, ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça durante a gestão de Flávio Dino, Michael admitiu publicamente o “erro”.
Shellenberger publicou uma “reportagem” chamada “Twitter Files”, ou Arquivos do Twitter”, na qual acusou Alexandre de Moraes de ter “demandado ilegalmente que o Twitter revelasse informações pessoais de usuários que usaram hashtags que ele não gosta”.
Rapidamente perfis de extrema-direita brasileiros e estrangeiros começaram a atacar Alexandre de Moraes e falar de uma “ditadura” no Brasil. Elon Musk é um dos mais engajados nesses ataques.
Apesar de desmascarado, ele esteve nesta quinta-feira na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) do Senado convidado pelo senador Magno Malta (PL-ES) e fez uma pregação para usar a liberdade de expressão como aval para os inimigos da liberdade de expressão e da democracia.
Segundo blogueiro direitista, “se você não defende [a divulgação de] ideias que você odeia, você não é realmente um defensor da liberdade de expressão”.
Nada no processo mencionado por Shellenberger tem relação com o Supremo.
O caso surge de um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no âmbito da investigação contra uma liderança do PCC.
O Twitter se negou a entregar a informação e disse que só o faria com uma decisão judicial que o obrigasse.
As conversas do advogado do Twitter no Brasil, Rafael Batista, com outros funcionários da empresa foram usadas pelo blogueiro Michael Shellenberger em sua “reportagem”.
Estela Aranha concluiu que “não tem STF, TSE, não tem Ministro Alexandre de Moraes, não tem liberdade de expressão ou debate político. Esses trechos de comunicações internas entre funcionários do twitter nada tem com o STF e foram usados para manipular o debate. Uma bela narrativa sem base fática”.
Elon Musk tem participado de programas e compartilhado mensagens de bolsonaristas que apoiam a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Fonte: Papiro