Ataque de Kiev a usina “traz risco de acidente nuclear”, alerta a AIEA
A central nuclear localizada na cidade de Energodar, região de Zaporozhie, território que se juntou à Rússia por decisão plebiscitária em setembro de 2022, foi novamente alvo de ataques pelo regime de Kiev. Desta vez o ataque foi por meio de drones que atingiram áreas não críticas, como o refeitório, o porto de carregamento e a cúpula do sexto bloco de energia.
Segundo a assessoria de imprensa da usina, o ataque não comprometeu a segurança da instalação nem alterou o nível de radiação, mas poderia ter atingido locais que causassem vazamentos radioativos.
“Nosso objetivo aqui é evitar um acidente nuclear. Cada vez que essas situações ocorrem estamos perto disso, então não é um cenário artificial ou inventado”, declarou Grossi.
A AIEA confirmou que os ataques não comprometeram a segurança nuclear, mas alertou “este é um incidente grave com potencial para minar a integridade do sistema de contenção do reator”. Grossi assinalou que houve pelo menos três acertos contra as estruturas de contenção do reator seis. “Tais ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um acidente nuclear grave e devem cessar imediatamente. Isso não pode acontecer”, ressaltou.
Com seis reatores de água pressurizada VVER-1000 e uma capacidade total de 6.000 megawatts, a usina de Zaporozhie é a maior da Europa. Os seus seis reatores estão fechados para minimizar o risco da sua exposição ao conflito armado em curso. As tropas ucranianas bombardeiam regularmente a Energodar e o complexo da fábrica adjacente.
“Como disse diante do Conselho de Segurança da ONU e do Conselho de Governadores da AIEA, ninguém se beneficia ou obtém qualquer vantagem militar ou política a partir de ataques contra instalações nucleares”, frisou Grossi. Ele também acrescentou que discutiu com o presidente russo, Vladimir Putin, “o plano de médio prazo, o futuro e o que poderia acontecer” na fábrica.
“Os reatores nucleares da usina não estão funcionando e não estão produzindo eletricidade. Ou seja, os ataques não podem causar qualquer dano ao sistema de abastecimento de energia das novas regiões [da Rússia]”, acrescentou Aleksandr Uvarov, especialista em energia nuclear e chefe do Atominfo Center, organismo dedicado à engenharia de energia nuclear na Rússia e no exterior.
Porém, alertou sobre as potenciais repercussões relacionadas com a radiação, que, segundo ele, poderiam “afetar a todos, incluindo aqueles que vivem nos territórios controlados pelo lado ucraniano”.
“A comunidade mundial é obrigada a reconhecer e responder ao ato de terrorismo nuclear do regime de Kiev”, afirmou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em seu canal do Telegram.
No texto, a diplomata indagou “quantas vezes mais as Forças Armadas ucranianas devem disparar contra a usina nuclear de Zaporozhie para que o Ocidente e o monstro Zelensky parem de repetir este ato que pode ser mortal?”
“Estarão Biden, Macron, Scholz e outros defensores da vida selvagem cientes de que seu escudeiro em Bankova [rua em que fica localizado o gabinete presidencial da Ucrânia] pode não deixar nada após sua passagem?”, questionou Zakharova.
Fonte: Papiro