O presidente legítimo do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (RJ), Edimar Miguel Pereira Leite, voltou ao cargo nesta terça-feira (16). Afastado do comando da entidade em fevereiro devido a uma manobra ilegal da Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, Edimar foi reconduzido ao posto por decisão judicial.

Em decisão publicada na segunda-feira (15), a desembargadora Márcia Regina Leal Campos, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), anulou o golpe contra o presidente. Além disso, Edimar todos os poderes que os golpistas haviam usurpado à margem da lei.

O sindicato representa a base metalúrgica de Volta Redonda, que abriga a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Criada em 1941, no governo Getúlio Vargas, a CSN foi um dos berços da industrialização brasileira, alavancando a produção nacional de aço.

A entidade também exerce a representação dos metalúrgicos de Barra Mansa, Itatiaia, Quatis, Pinheiral, Porto Real e Resende. Além da forte ligação com essa base, Edimar conta com o apoio de entidades como a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil).

“Essa decisão recoloca as coisas no seu devido lugar. É inconcebível aceitar esse golpe como uma coisa qualquer”, afirmou Paulo Sérgio Farias, o Paulinho presidente da CTB-RJ. “O que também nos impressionou foi a aliança do grupo golpista com os patrões das empresas da região. Ficou tão evidente a relação promíscua com os donos das empresas que no dia seguinte ao golpe eles já estavam liberados do ponto.”

Em nota conjunta, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, e o presidente da Fitmetal, Assis Melo, lembraram o contexto da chegada de Edimar ao sindicato. Segundo a nota, “foi Edimar quem encabeçou a Chapa 2 – A Hora da Mudança na eleição de julho de 2022”, recebendo “expressivos 67,1% dos votos”.

A nova direção assumiu o sindicato em dezembro daquele ano. Antes de sofrer o golpe da Conlutas, Edimar devolveu a entidade aos metalúrgicos, com uma gestão democrática e classista. “Sob a presidência de Edimar e com amplo apoio da categoria, o sindicato voltou a ser de luta e a peitar os patrões”.

Leia abaixo a nota da CTB/Fitmetal:

Volta Redonda: Vitória da democracia e da CTB/Fitmetal

Com o grito “o peão voltou!”, a categoria metalúrgica de Volta Redonda e Região comemorou uma importante vitória nesta segunda-feira (15). Graças a uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, a democracia prevaleceu e Edimar Miguel Pereira Leite foi reconduzido à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.

Foi Edimar quem encabeçou a Chapa 2 – A Hora da Mudança na eleição de julho de 2022. Apoiada pela CTB e pela Fitmetal, a chapa recebeu expressivos 67,1% dos votos, numa clara demonstração de respaldo dos metalúrgicos. Após cinco meses de luta na Justiça, a nova direção assumiu a entidade no final daquele ano.

Sob a presidência de Edimar e com amplo apoio da categoria, o sindicato voltou a ser de luta e a peitar os patrões. Mas, em fevereiro de 2024, uma manobra ardilosa de diretores ligados à CSP Conlutas retirou Edimar do cargo de modo ilegal, traindo a vontade da categoria.

A decisão de devolver o cargo ao presidente foi seguida por outras determinações judiciais, garantindo todos os direitos estatutários e legais a Edimar. É uma vitória da democracia e da CTB/Fitmetal, que recoloca uma das maiores e mais importantes bases operárias do País no caminho da luta e de mais avanços.

São Paulo, 16 de abril de 2024

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Assis Melo, presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil)Volta Redonda: Vitória da democracia e da CTB/Fitmetal