Papa se une a repúdio mundial à chacina de trabalhadores humanitários por Israel
“Expresso a minha profunda tristeza pelos voluntários mortos enquanto participavam na distribuição de ajuda humanitária em Gaza”, afirmou Francisco, estendendo sua solidariedade aos amigos e familiares dos funcionários da World Central Kitchen que perderam a vida
O Papa Francisco expressou a sua “profunda tristeza” pelos sete trabalhadores da organização humanitária norte-americana World Central Kitchen (Central Mundial de Cozinha) assassinados em Gaza, na segunda-feira (01), por um ataque israelense.
“Expresso a minha profunda tristeza pelos voluntários mortos enquanto participavam na distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Rezo por eles e pelas suas famílias e renovo o meu apelo para que a população civil, exausta e sofredora, tenha acesso à ajuda e para que os reféns sejam libertados imediatamente”, assinalou o Papa perante dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para ouvi-lo, na audiência geral da quarta-feira (03).
“Infelizmente, notícias tristes continuam a chegar do Médio Oriente. Renovo mais uma vez o meu firme pedido de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza”, acrescentou Francisco, que apareceu em boa forma e leu o seu sermão com voz clara.
Entre as vítimas do ataque que Francisco lamentou estavam cidadãos da Austrália, Polônia, Reino Unido, um cidadão com dupla cidadania americana e canadense e o motorista e tradutor palestino.
Desde o início da agressão israelense contra a Faixa de Gaza, em 7 de Outubro, a organização WCK tem participado ativamente em operações de socorro, envolvendo a distribuição de refeições a civis na Faixa.
A morte dos sete trabalhadores nesse ataque do Exército israelense gerou indignação global. Josep Borell, diretor de política externa da União Europeia, entre outras autoridades internacionais, expressou, na terça-feira (02): “Condeno este ataque e peço que uma investigação seja aberta o mais rápido possível. Apesar de todas as exigências para proteger os civis e os trabalhadores humanitários, vemos novas vítimas inocentes”.
Somando-se à condenação, Francisco exigiu que “toda tentativa irresponsável de expandir o conflito na região seja evitada”, no que seria uma alusão à possível escalada militar que poderia implicar o ataque israelense ao consulado iraniano na Síria.
“Atuemos para que esta e outras guerras que continuam a causar morte e sofrimento em tantas partes do mundo possam cessar em breve. E trabalhemos incansavelmente para que as armas caiam e a paz volte a reinar”, insistiu Francisco. No domingo passado ele já tinha solicitado em sua mensagem de Páscoa que “seja garantida a possibilidade de acesso da ajuda humanitária a Gaza”, “a rápida libertação dos reféns raptados” e “um cessar-fogo imediato na Faixa”.
O número de mortos palestinos na ofensiva mortal de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 aumentou agora para 33.037, confirmaram fontes médicas na quinta-feira (04). Fontes acrescentaram que pelo menos 75.668 outras pessoas também ficaram feridas.
Fonte: Papiro