Irlanda se soma à África do Sul no processo contra o genocídio de Israel em Gaza
O ministro das Relações Exteriores e ministro da Defesa, Micheál Martin, anunciou que a Irlanda vai se somar à África do Sul na ação movida perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) que denuncia o genocídio perpetrado por Israel em Gaza.
A Irlanda anunciou a medida, nesta quarta-feira (27), e que o faz ao abrigo da Convenção Contra o Genocídio um dos pilares para o funcionamento da CIJ com sede em Haia.
“Cabe ao tribunal determinar se está sendo cometido genocídio. Mas quero ser claro ao reiterar o que disse muitas vezes nos últimos meses; o que vimos em 7 de outubro em Israel e o que estamos vendo em Gaza agora representa a violação flagrante do direito humanitário internacional em grande escala”, disse o ministro das Relações Exteriores, citado no comunicado.
“A tomada de reféns. A retenção proposital de assistência humanitária aos civis. Os ataques a civis e à infraestrutura civil. O uso indiscriminado de armas explosivas em áreas povoadas. O uso de objetos civis para fins militares. A punição coletiva de uma população inteira. E a lista continua. Isso tem que acabar. A opinião da comunidade internacional é clara. Basta”, ressaltou Martin.
PALESTINA PEDE RAPIDEZ NO PROCESSO
Diante de uma agressão que, se depender das ameaças do governo de Benjamin Netanyahu, deve continuar “por muitos meses”, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu que a CIJ acelere o julgamento do processo movido pela África do Sul contra Israel.
Em dezembro do ano passado, o país africano acionou o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), acusando Israel de atos genocidas contra a população da Faixa de Gaza. O processo na CIJ alega “supostas violações de Israel de suas obrigações nos termos da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (a Convenção de Genocídio) em relação aos palestinos na Faixa de Gaza”.
A África do Sul e a ANP, que também responde pela Cisjordânia, que tem outros 3,2 milhões de habitantes, são signatários da convenção.
“O que a África do Sul apresentou, baseando-se no Artigo 9º da convenção e na violação de Israel aos Artigos 2º e 3º, está totalmente alinhado com os deveres das nações para evitar a prática desse crime”, disse a ANP, que pediu uma resposta rápida da Corte às acusações para evitar ainda mais atos que possam ser enquadrados como genocidas.
CRESCE O NÚMERO DE MORTOS PALESTINOS
O número de mortos palestinos nos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 aumentou agora para 32.552 e também pelo menos 74.980 pessoas ficaram feridas, confirmaram fontes do Ministério de Saúde na quinta-feira (28).
Pelo menos 62 pessoas morreram e outras 91 ficaram feridas em ataques israelenses ocorridos nas últimas 24 horas, acrescentaram.
As fontes reafirmaram que muitas vítimas ainda estão presas sob os escombros, pois as equipes de resgate ainda não conseguem alcançá-las.
Fonte: Papiro