Encontro do Conselho Europeu em Bruxelas | Foto: Reprodução

O Conselho da União Europeia (UE), apoiou iniciativa de Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia) e Charles Michel (presidente do Conselho Europeu), de exigir o cessar-fogo imediato em Gaza, seguido de ação humanitária para impedir a catástrofe da fome intencionalmente planejada por Israel.

Em decisão desta quinta-feira (21), o “Conselho Europeu está profundamente preocupado com a situação humanitária catastrófica em Gaza e com o seu impacto desproporcionado na população civil, em particular nas crianças, e com o risco de fome iminente”, afirmaram no final do dia de abertura da reunião do Conselho em Bruxelas, Úrsula e Charles.

Os líderes apelaram conjuntamente à prestação de assistência humanitária essencial para aliviar as terríveis condições que o povo de Gaza enfrenta, salientando a necessidade de 500 caminhões ou equivalente entrarem diariamente em Gaza através de todas as rotas disponíveis, incluindo terrestres, aéreas e marítimas.

NÃO AO ATAQUE A RAFAH

Chamaram Israel a que se abstenha de lançar uma ofensiva terrestre em Rafah, o que agravaria a já catastrófica situação humanitária e impediria a prestação de serviços básicos e de ajuda humanitária que são urgentemente necessários, no extremo sul de Gaza, onde estão 1,5 milhões de palestinos, em sua maioria deslocados pela guerra.

Os líderes referiram-se também à situação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e afirmaram: “A UE apela à cessação imediata da violência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e ao acesso seguro aos locais sagrados. O Conselho Europeu condena veementemente a violência perpetrada por colonos extremistas”.

MEDIDAS PARA GARANTIR ACESSO HUMANITÁRIO SEGURO

Neste contexto, pediram à adoção de “medidas imediatas” para evitar novos deslocamentos e “fornecer proteção segura à população”.

“Todas as partes devem respeitar o direito internacional, incluindo as normas internacionais humanitárias e os direitos humanos”, afirmaram.

O Conselho Europeu aprovou por unanimidade medidas para garantir o acesso humanitário completo, rápido, seguro e sem entraves a Gaza, com a aprovação específica de um corredor marítimo a partir de Chipre para reforçar os esforços de assistência, anunciaram.

ISRAEL COMETE GENOCÍDIO

 “Pedimos ao governo israelense que não empreenda uma operação terrestre em Rafah”, disse Ursula von der Leyen, divulgando sua posição ao conjunto de países das Nações Unidas.

Israel tem levado a cabo uma ofensiva militar mortal na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, durante a qual cerca de 32.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, já foram mortos, e quase 74.200 ficaram feridos num contexto de destruição maciça e escassez de bens básicos para as necessidades mais primárias.

A guerra de Israel, agora no seu 167º dia, levou 85% da população de Gaza ao deslocamento interno, no meio de um bloqueio paralisante da maior parte dos alimentos, água potável e medicamentos, enquanto 60% das infra-estruturas do enclave foram danificadas ou destruídas, segundo a ONU.

Israel é acusado de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça, que em janeiro emitiu uma decisão provisória ordenando que Israel ponha fim aos atos de genocídio e tome medidas para garantir que a ajuda humanitária seja fornecida aos civis em Gaza.

Fonte: Papiro