Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus | Foto: AFP

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar “seriamente preocupado com relatos de um plano israelense para prosseguir com um ataque terrestre a Rafah” e fez um apelo no sábado (16) a que o governo de Netanyahu desista de invadir a cidade palestina no sul da Faixa de Gaza, onde se encontram cerca de 2 milhões de pessoas.

“Uma nova escalada da violência nesta área densamente povoada levaria a muito mais mortes e sofrimento, especialmente com as instalações de saúde já sobrecarregadas”, enfatizou.

“Em nome da humanidade, pedimos a Israel que não vá em frente e que, em vez disso, trabalhe pela paz”, declarou o diretor-geral da OMS, frisando que já são centenas de milhares de pessoas sem “nenhum lugar seguro para ir”. “Não há instalações de saúde totalmente funcionais e seguras que eles possam acessar em outros lugares de Gaza. Muitas pessoas estão frágeis, famintas e doentes demais para serem deslocadas novamente”, sublinhou.

O porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, defendeu a necessidade de deter o massacre, pois, “nas atuais circunstâncias, as consequências de uma operação militar em Rafah seriam catastróficas para os palestinos em Gaza, seria catastrófica para a situação humanitária”.

“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, apontou Dujarric.

Desde o começo da carnificina, um terrorismo de Estado israelense assassinou já mais de 31 mil pessoas, deixando mais de 72 mil feridas – inúmeras mutiladas. Com a política de cerco e aniquilamento os palestinos de Gaza foram obrigados a abandonar o norte, o centro e outras cidades do sul do maior campo de concentração do mundo por conta de bombardeios, buscando refúgio em Rafah, na fronteira com o Egito. A partir de fevereiro, a cidade também começou a ser alvo de Israel, que não tem poupado residências, escolas ou hospitais, mantida sem água potável, energia elétrica ou comida.

Dando continuidade à política genocida os israelenses têm impedido constantemente a entrada de ajuda humanitária e até mesmo a saída de casos hospitalares emergenciais, o que tem resultado em um aprofundamento da tragédia.

Fonte: Papiro