Ciro Nogueira | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior, afirmou que o senador bolsonarista Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, “agride a instituição militar” ao chamar de mentira os depoimentos dele e do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, que confirmam que Jair Bolsonaro armou um golpe de Estado.

“Ao tentar apoio para as eleições de 2026, o senador Ciro Nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a Lei brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas”, escreveu Baptista Junior nas redes sociais.

Ciro Nogueira publicou um texto ofensivo contra os militares ao tentar defender Bolsonaro, contra o qual a Polícia Federal já obteve diversas provas de que planejou e pediu aos militares apoio para um golpe. Os militares, no entanto, se recusaram a participar.

O senador, que é presidente do Progressistas, acusou Baptista Junior e Freire Gomes de estarem mentindo ou terem prevaricado e questionou se eles bateriam continência para Jair Bolsonaro caso ele tivesse sido reeleito”.

Para o ex-comandante da Marinha, “não há vergonha em se cumprir a lei, independente dos governos de turno, que há muito se merecem e se retroalimentam. A honra está na alma e nos exemplos, não no terno, na farda ou no pijama”.

Nos depoimentos à Polícia Federal, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica relataram que Jair Bolsonaro não aceitava a derrota nas eleições e falava, sem ter nenhuma prova, que elas foram fraudadas.

O ex-presidente até descartou sumariamente o relatório das Forças Armadas que atestou a lisura do processo.

Por isso, Jair Bolsonaro escreveu decretos presidenciais que, com a instalação de “Estado de Defesa”, “Estado de Sítio” ou de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), anulariam as eleições.

Bolsonaro até escalou aliados, como o então ministro da Justiça, Anderson Torres, para argumentar que o golpe seria “constitucional”.

O general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Junior se mantiveram ao lado da democracia e não aceitaram participar da intentona.

Fonte: Página 8