Foto: FUP/Petronotícias

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo em Pernambuco e na Paraíba (Sindipetro PE/PB), Sinésio Pontes, defendeu a recente decisão da Petrobrás de suspender o pagamento de “dividendos exorbitantes” aos acionistas da empresa.

A decisão pelo “adiamento” do pagamento, como afirmou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, gerou uma grita no mercado, entre os acionistas e em setores da mídia, que chamaram a medida de “intervencionismo” do governo federal na Petrobrás. Esses dividendos aos acionistas tiveram um crescimento enorme no governo Bolsonaro ao mesmo tempo em que os investimentos na empresa caíram.  

“Esses pagamentos estavam sendo muito superiores às demais empresas petrolíferas internacionais. Então o mercado reagiu porque acabou essa mamata do pagamento exorbitante de dividendos”, disse o sindicalista, em entrevista ao site Brasil de Fato. De acordo com Sinésio, “para acionista majoritário, que é o povo, a sociedade, a decisão foi acertada. Porque a gente quer a Petrobrás investindo em novas tecnologias e em energia renovável, mas os acionistas privados, estrangeiros, não ligam para o desenvolvimento do Brasil, só com seus dividendos”, afirmou.

“O lucro de 2023 foi o segundo maior da história da empresa e isso foi alcançado sem precisar fazer nenhuma privatização – diferente dos últimos anos, em que os lucros eram motivados pela venda de ativos”, avaliou. O lucro mencionado foi de R$ 124,6 bilhões.

“A lógica desses analistas e da imprensa comercial é a de quem gostaria que a Petrobrás fosse uma empresa privada. Nos anos de Bolsonaro e [do ministro] Paulo Guedes a Petrobrás sofreu sim interferência, mas em muitos aspectos ela se comportava atendendo aos interesses privados”, disse Sinésio. Segundo o sindicalista, “no governo Lula a Petrobrás está lembrando que o acionista majoritário é o povo brasileiro”.

Fonte: Página 8