Solidariedade italiana aos palestinos | Foto: Reprodução

Milhares de italianos tomaram as ruas de Roma neste sábado (9) para exigir um basta ao genocídio promovido pelas tropas israelenses na Faixa de Gaza.

Mesmo sob um frio próximo de 0 °C, os manifestantes tomaram as ruas em solidariedade ao povo palestino com cartazes e palavras de ordem. Muitos cartazes traziam nomes de crianças assassinadas que já somam perto de 10 mil, sob mais de 150 dias de bombardeio contra um território de 365 quilômetros quadrados, com cerca de 2 milhões de palestinos e onde 17 mil meninos e meninas perderam os pais e outros parentes sob armamento norte-americano e europeu.

A organização dos amigos da Meia Lua Vermelha, os movimentos sociais e populares, defenderam um basta ao banho de sangue no maior campo de concentração do mundo. Apenas desde 7 de outubro, já são mais de 31 mil palestinos mortos e 72.600 feridos, vários deles mutilados. Outros sete mil estão desaparecidos, muitos se supõe presos debaixo dos escombros dos prédios detonado pelas tropas de ocupação.

O secretário-geral da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), Mauritzio Landini, rechaçou os ataques israelenses contra Gaza e conclamou o governo de seu país e a comunidade internacional a intervir e fazer cumprir as resoluções das Nações Unidas. Enquanto é tempo.

O dirigente da Associação dos Palestinos em Roma, Yusuf Salman, repudiou a continuidade da barbárie militar promovida pelos israelenses e reivindicou o direito do seu povo determinar o seu próprio destino.

Várias lideranças do movimento popular também se pronunciaram pelo fim imediato do genocídio e sublinharam o direito do povo palestino a ter acesso à liberdade e independência reconhecidas pelas resoluções e convenções internacionais.

Até o momento, denunciaram, o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu é responsável por mais de 50% da demolição das residências e prédios de Gaza – incluindo escolas e hospitais -, do corte de água potável, energia elétrica e saneamento básico, o que tem transformado Gaza em um gigantesco campo de extermínio.

MARCHA EM TEL AVIV RECHAÇA PROLONGAMENTO DO MASSACRE

Na capital israelense, Tel Aviv, mais de 20 mil pessoas tomaram as ruas, no sábado (9), exigindo o afastamento de Netanyahu, mundialmente execrado pelo genocídio que perpetra na Faixa de Gaza a mais de 150 dias.

“Eleições! Agora! Agora!”, “Vergonha! Vergonha! Vergonha para o governo!”, clamavam os manifestantes israelenses.  

“Não a um governo de terroristas!”, “Você é o líder; você é o culpado!” entoavam, defendendo um acordo para trazer de volta para a casa os reféns feitos pelo Hamás em outubro. 

Os manifestantes chegaram a bloquear a principal rodovia da cidade e entraram em confronto com a polícia, se concentrando em frente ao Ministério da Defesa. Caminhões com jatos de água foram usados contra as pessoas, apesar da Corte Suprema exigir que se mantenha o direito à manifestação.

Protestos ocorreram em pelo menos 30 pontos do país.

GOVERNO CORRUPTO, BRUTAL, VIOLENTO

“Este governo não pode permanecer no poder após o que aconteceu em 7 de outubro”, disse Shahi Gil, um piloto de 50 anos, à Agência France Presse. “Não tem a confiança do povo, suas motivações são guiadas pela vontade de permanecer no poder, não pelo que é bom para o país”, acrescentou.

Na manifestação, participaram muitos idosos, preocupados com o futuro de seus netos. “Não temos futuro com esse governo e esse primeiro-ministro. É corrupto, brutal, violento”, disse Mira Smoli, de 64 anos.

Netanyahu, acusado de fraude e corrupção, já comparece à justiça para responder pela corrupção, mas o cargo e ainda mais em meio a uma “guerra” o tem servido de blindagem para retardar sua ida à cadeia, lembraram muitos dos presentes.

Fonte: Papiro