Bom desempenho da economia faz mercado revisar projeções. De novo
Mais uma vez, o mercado está tendo de se curvar à realidade e revisar suas previsões sobre a economia brasileira. O mais recente Boletim Focus, feito pelo Banco Central com a análise de especialistas da área, aponta para uma queda na expectativa da inflação e um aumento quanto ao PIB (Produto Interno Bruto).
Na avaliação desta semana, houve uma alta de 0,08 ponto percentual em relação à anterior sobre o PIB, com a projeção de crescimento passando para 1,68% neste ano. O índice é também superior ao que foi colocado na primeira semana de janeiro (1,52%) e se aproxima das previsões feitas pelo governo, de 2,2%. Para os próximos três anos, o percentual esperado pelos economistas é de 2%.
“Estamos trabalhando com crescimento superior a 2%”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de janeiro, sobre as expectativas dos economistas que jogam a previsão para baixo.
Um dos fatores apontados então por Haddad para influenciar nesse desempenho é que o marco de garantias que, explicou, “vai mudar o padrão do crédito no Brasil. Tanto do crédito imobiliário, quanto do financiamento de veículos e bem duráveis em geral. Isso pode potencializar muito também o crescimento”. O marco das garantias, citado pelo ministro, é um conjunto de mudanças nas garantias para empréstimos, com o objetivo de aumentar o acesso ao crédito e diminuir juros.
Segundo noticiado pelo jornal O Globo, “nesta semana, diversas casas de investimentos e bancos já começaram a revisar as projeções para cima. O banco de investimentos UBS BB melhorou a estimativa de 1,4% para 2%. O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, alterou a projeção de 1,87% para 2,04%. Alexandre Manoel, da AZ Quest, subiu de 1,6% para 1,8%, mas diz que o viés é de alta”.
No dia 1º de março, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará como ficou o PIB no quarto trimestre do ano passado, o que pode influenciar em novas revisões.
De acordo com o relatório Prisma Fiscal de fevereiro, divulgado nesta segunda-feira (19) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a perspectiva é de que o PIB nominal atinja R$ 11,505 trilhões, contra uma projeção anterior de R$ 11,475 trilhões.
Em 2025, o montante poderá chegar a R$ 12,137 trilhões, frente a uma projeção anterior de R$ 12,112 trilhões. Para 2026, a expectativa é de que o PIB totalize R$ 12,847 trilhões, em contraposição aos R$ 12,838 trilhões anteriormente projetados.
Outro relatório, do World Economic Outlook, do FMI (Fundo Monetário Internacional) dá uma dimensão do tamanho da economia brasileira na comparação com demais países da América Latina. O valor estimado para o Brasil foi de US$ 2,13 trilhões, o que o coloca no topo da lista entre as 20 maiores economias da região 2023. Em seguida vêm o México US$ 1,18 trilhão e Argentina (US$ 621,83 bilhões).
Queda na inflação
Quanto à inflação, a avaliação trazida pelo Focus também é melhor do que a anterior, ainda que em patamar menor do que no caso do PIB. Segundo os economistas, para este ano o índice ficará em 3,81%, contra 3,82% na avaliação anterior. Assim, o percentual volta a ficar igual ao projetado na primeira semana de fevereiro.
Tal previsão fica mais próxima do centro da meta oficial do governo para os próximos dois anos, que é de 3%, com uma faixa de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Com agências
(PL)