Lavrov e Díaz-Canel . Foto: reprodução/redes sociais

Antes de desembarcar no Brasil para participar de encontro do G20 — que acontece nestas quarta (21) e quinta-feira (22), no Rio de Janeiro —, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Larvrov, esteve em Cuba e na Venezuela, com o objetivo de estreitar as relações com os dois países. Entre os pontos tratados estão, ainda, os Brics e a luta por uma nova configuração internacional. 

Segundo o jornal Granma, ao falar sobre o encontro com Lavrov nesta segunda-feira (19), o presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez declarou estar recebendo um “verdadeiro amigo de Cuba” e destacou a “sensibilidade e tremenda compreensão” da Rússia com os problemas da ilha. 

Ainda de acordo com o presidente, em postagem nas redes sociais, a reunião serviu para o intercâmbio relativo à “dinamização das relações bilaterais em temas de interesse comum e sobre assuntos relevantes da agenda internacional”. 

Conforme noticiado, Lavrov destacou o “interesse contínuo e até crescente” de Cuba colaborar com os Brics, do qual o ministro russo é o atual presidente. Ele também declarou que apoiará a colaboração cubana e que está “confiante de que outros estados-membros reagirão positivamente ao pedido de Cuba para o status de parceiro nos Brics”.

O ministro russo também salientou que ambos os países defendem uma nova ordem mundial “mais justa e democrática baseada no princípio da igualdade soberana dos países, que foi consagrado na Carta das Nações Unidas em 1945, mas ignorada pelo Ocidente em quase todas as situações que surgiram no cenário internacional desde a criação da ONU (Organização das Nações Unidas)”. 

Os dois países mantêm relações históricas. A Rússia, por exemplo, tradicionalmente apoia resolução apresentada por Cuba na Assembleia Geral da ONU sobre a necessidade de acabar com o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Estados Unidos por mais de seis décadas. 

No encontro, Lavrov voltou a criticar o embargo e a forma como os EUA e outros países usam de instrumentos não diplomáticos — como ameaças, chantagens e o poderio militar — para fazer valer sua hegemonia. 

Segundo a chancelaria cubana, outro importante aspecto das relações, do ponto de vista econômico, diz respeito à cooperação e ao investimento da Rússia no país caribenho, que participa em diversas esferas do programa de desenvolvimento da ilha até 2030. 

Com o estreitamento dos laços entre os dois países a partir de 2022, o comércio bilateral cresceu nove vezes no ano passado, chegando a US$ 450 milhões, segundo informações da Rússia.

Durante encontro entre Lavrov e Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez Parrilla, o governo cubano também agradeceu a ajuda fornecida pela Rússia durante a pandemia Covid-19, especialmente no que diz respeito à produção de oxigênio, transporte de alimentos e outros suprimentos médicos.

Passagem pela Venezuela

Nesta terça-feira (20), Sergei Lavrov passa pela Venezuela, onde se encontra com o presidente Nicolás Maduro e outros membros do governo bolivariano. Ambos os países vivem momentos conturbados: a Rússia, devido à guerra na Ucrânia, e a Venezuela, em relação às eleições presidenciais deste ano, as divergências entre Maduro e a oposição e seus desdobramentos, além da disputa territorial com a Guiana pela região de Essequibo. 

No entanto, segundo noticiado, o foco central do encontro será a relação entre os dois países. Na pauta, está a assinatura de um “Memorando de entendimento sobre cooperação para neutralizar medidas coercitivas unilaterais”. 

Durante a reunião, também deverá ser revisada parte dos 300 acordos já assinados nas áreas de agricultura, energia, finanças, turismo e cooperação militar entre as duas nações. Além disso, está prevista a inauguração, em Caracas, de uma estátua do poeta russo Aleksandr Pushkin (1799-1837).

Após visita feita em 2023 à Venezuela, Lavrov declarou que o país “é um dos parceiros mais viáveis na cooperação estratégica” com a Rússia. Desde 1999, as duas nações estreitaram suas relações e firmaram acordos em energia, saúde, transporte, ciência e tecnologia e militares.

Com agências 

(PL)