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No quarto trimestre de 2023, a taxa de desemprego ficou em 7,4%, com queda no desemprego em apenas duas das 27 unidades da federação (UFs), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, nesta sexta-feira (16).

De acordo com o instituto, no período analisado, “diversos Estados do país apresentaram tendência de queda, mas só em dois deles a retração foi considerada estatisticamente significativa”, sendo os estados do Rio de Janeiro (de 10,9% para 10%) e do Rio Grande do Norte (de 10,1% para 8,3%), segundo destacou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Já Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%) foram as unidades federativas que apresentaram avanços nos índices de desemprego. As demais não tiveram variações significativas. Dentre as regiões, apenas o Sudeste teve queda, passando de 7,5% a 7,1%. As outras quatro ficaram estáveis. 

No quarto trimestre do ano passado, ainda, as maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (14,2%), na Bahia (12,7%) e em Pernambuco (11,9%). Já as menores taxas foram constatadas em Santa Catarina (3,2%), Rondônia (3,8%) e Mato Grosso (3,9%).

“Das treze unidades da federação que tinham níveis mais altos que a média nacional (7,4%), apenas duas não são do Norte ou do Nordeste: Rio de Janeiro (10%) e Distrito Federal (9,6%)”, ressaltou o IBGE em nota.

De acordo com o IBGE, no quarto trimestre, a informalidade no mercado de trabalho é mais presente nos estados nordestinos e nortistas. “Entre as unidades da federação, a maior taxa de informalidade do país foi registrada no Maranhão (57,8%), onde mais da metade da população ocupada exerce atividades informais. Outros estados com taxas acima de 50% foram Pará (57,4%), Amazonas (54,6%), Piauí (53,4%), Ceará (53,0%), Bahia (52,1%), Sergipe (51,9%), Paraíba (50,8%) e Pernambuco (50,7%). No lado oposto, Santa Catarina (27,6%), Distrito Federal (30,4%) e São Paulo (31,2%) registraram as menores taxas”.

A taxa anual de informalidade passou de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023. Entre os estados com maior taxa estavam o Maranhão (56,5%), o Pará (56,5%) e Piauí (54,4%). Já os menores percentuais foram de Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,7%) e São Paulo (31,5%).

A taxa de desocupação no país atingiu 7,8% em 2023, o menor patamar desde 2015, com o desemprego recuando em 26 das 27 unidades federativas. Apenas Roraima apresentou crescimento do desemprego. Em 2022, a taxa de desocupação encerrou o ano em 9,6%. No entanto, em 2023, cerca de 8,5 milhões de pessoas saíram de suas casas em busca de vagas de emprego, mas não encontraram.

Em 2023, seis estados responderam por cerca de 60% da ocupação do país: São Paulo (24,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,1%), Bahia (6,0%), Paraná (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,8%).

As maiores taxas de desemprego ficaram em Pernambuco (13,4%), na Bahia (13,2%) e no Amapá (11,3%); e as menores, em Rondônia (3,2%) e Mato Grosso (3,3%), que atingiram o menor patamar da série histórica, e em Santa Catarina (3,4%).

No ano passado, a população ocupada chegou a 100,7 milhões de pessoas e bateu o recorde da série histórica, iniciada em 2012. Esse número representa um crescimento de 3,8% na comparação com o ano anterior.

O indicador de ocupação cresceu em 22 estados, com destaque para o Amapá (8,6%), Alagoas (7,8%) e Goiás (7,1%). No entanto, este avanço deve-se em muito à informalidade do trabalho, que ficou em 39,2% da população ocupada no país em 2023. 

Ao todo, no país são 39,4 milhões de pessoas exercendo atividade de trabalho descalçadas de direitos trabalhistas. Em que pese a recuperação do emprego no país, e a valorização do salário mínimo no governo Lula, as ocupações ainda são bastante precárias e as remunerações ainda muito baixas, e em áreas menos qualificadas.

No ano passado, o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu 5,9%, totalizando 13,4 milhões – o maior pico da série histórica da pesquisa.

O trabalho com carteira assinada no setor privado cresceu 5,8% em 2023, atingindo 37,7 milhões de pessoas. Das oito unidades da federação que registraram queda nessa população, as maiores taxas estavam no Acre (-26,1%), Rondônia (-15,2%) e Mato Grosso (-7,4%). Entre as que tiveram aumento no número de empregados sem carteira, destacaram-se Mato Grosso do Sul (26,5%), Amazonas (25,9%) e Rio Grande do Norte (25,8%).

Já o número de trabalhadores por conta própria chegou a 25,6 milhões em 2023, uma alta de 0,9% no ano. Neste quesito, 15 UFs registraram variação negativa, com destaque para o Pará (-8,2%) e o Tocantins (-6,6%). O número de trabalhadores domésticos também cresceu 6,1% no ano passado, chegando a 6,1 milhões de pessoas

No ano passado, o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado apresentou um aumento de 5,8% em relação à média do ano de 2022. Ao todo, são 37,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada, sendo esse o ponto mais alto da série histórica. Rio Grande do Norte (-8,4%), Rondônia (-6,2%), Tocantins (-4,0%) e Acre (-1,3%) foram as UFs que apresentaram recuos no indicador de empregados com carteira de trabalho.

A taxa que é composta pela subutilização ficou em 18,0% em 2023 – um recuou 2,9 p.p frente a 2022. As maiores taxas foram observadas no Piauí (40,3%), na Bahia (33,1%) e em Sergipe (32,5%). Já as menores, Santa Catarina (6,0%), Rondônia (6,5%) e Mato Grosso (9,0%).

DESEMPREGO DE LONGA DURAÇÃO

No quarto trimestre do ano passado, 1,8 milhão de pessoas estavam em busca de trabalho há dois anos ou mais. Segundo o IBGE, esse contingente equivale a 22,3% da população desocupada. Frente a 2022, o indicador desemprego de longa duração caiu 17,6%

Outros 3,8 milhões, ou 46,5% dos desocupados, estavam em busca de uma vaga entre um mês a menos de um ano. Neste grupo, houve uma alta de 0,7% frente ao quarto trimestre de 2022.

Fonte: Página 8