Pais desolados nos centros de distribuição de medicamentos para crianças com câncer com portas fechadas | Foto: Reprodução

Milei ordena a suspensão de medicamentos e assistência médica para crianças com câncer, mulheres grávidas, idosos, pessoas com doenças crônicas e patologias agudas, denunciaram a Diretoria da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) e o Sindicato do Pessoal Civil da Nação (UPCN).

A decisão foi tomada através da interrupção das tarefas desempenhadas pela Direção de Assistência Direta  para Situações Especiais (Dadse), programa que havia sido criado em 2016 com o objetivo de ajudar aqueles pacientes com condições urgentes que não tinham cobertura de saúde ou que estavam em situação vulnerável.

O corte do programa “insere-se na lógica geral promovida pelo governo ligada à redução do déficit fiscal e, desta forma, ao cumprimento das metas impostas pelo FMI. Assim, direitos fundamentais como o acesso à alimentação e à saúde começam a ser observados como privilégios que podem ser cerceados”, alertou Daniel Godoy, diretor do Instituto Nacional de Estudos de Saúde da ATE.

PELA RESTAURAÇÃO DOS BENEFÍCIOS

Respondendo à medida, as entidades entraram com uma ação contrária e emitiram declaração na qual exigem que “as autoridades restaurem os benefícios essenciais para a vida das crianças e das pessoas cujo direito à saúde foi violado; manter as condições de trabalho para a execução das tarefas, além de garantir a segurança dos trabalhadores; bem como informações claras aos colaboradores, que têm a função de desenvolver essa política pública.”

Beneficiários foram recebidos apenas com uma nota colada na entrada das sedes da Secretaria de Desenvolvimento Social (Reprodução)

Débora Bosco, presidente da Fundação Solidariedade Câncer Argentina, declarou ao jornal Página 12: “Muitas famílias nos ligaram angustiadas com o fechamento do Dadse, já que muitos dependem do tratamento que ele oferece. Como todos sabemos, o câncer é uma doença que não pode esperar. Desejamos que volte a funcionar.” E acrescentou: “Essa doença é apolítica, pode afetar qualquer pessoa. Quando você vai procurar tratamento, não perguntam em quem você votou”.

Após as ações e manifestações de diversos setores da sociedade, o governo reabriu protocolarmente os escritórios da pasta, mas até sexta-feira (09) não restabeleceu a distribuição de medicamentos e o atendimento à população.

Segundo dados da Confederação Argentina de Médias Empresas, dentro do índice de vendas no varejo, o consumo de farmácias foi o que mais caiu em janeiro, com redução de 45%.

Fonte: Papiro