Manifestantes em Haifa exigem saída de Netanyahu e "Eleições Já" | Foto: Reprodução

Houve confrontos entre manifestantes e policiais quando uma caminhada realizada na noite deste sábado, 27, com milhares de pessoas, fechou a avenida Kaplan no centro de Tel Aviv. Os manifestantes conseguiram chegar até a praça do teatro Nacional, Habima.

No pátio situado diante do Museu de Arte de Tel Aviv, agora denominado Praça dos Sequestrados, também houve um ato neste mesmo sábado. O ato deste dia 27 foi dedicado aos mortos no Holocausto e aos reféns em Gaza sob o lema “Nunca Mais É Agora”. Os participantes do ato voltaram a exigir do governo israelense que chegue a um acordo com o Hamás para a liberação dos 136 israelenses ainda nas mãos da organização palestina.

Os manifestantes leram um curto manifesto respondendo a Netanyahu que, antes do ato, dissera que tais manifestações dificultam o retorno dos israelenses, afirmando que as manifestações “não adiantam nada e contribuem para as demandas do Hamás”. “Esperamos que o primeiro-ministro lembre que é um funcionário eleito e que seu trabalho é corrigir o erro cometido [referindo-se à falha de segurança na fronteira em 7 de outubro] e não o de reprovar aqueles cujos familiares foram sequestrados”, diz o texto lido na Praça dos Sequestrados.  

No ato em Jerusalém a polícia reprimiu os manifestantes e uma mulher foi filmada recebendo chutes dados por um policial. Questionada por um jornalista, a polícia disse que a mulher tinha atacado os policiais.

Manifestações contra o governo de Netanyahu aconteceram também em outras cidades por todo o país, entre elas Haifa, Herzliya, Kfar Saba, Rehovot, Beersheva e Cesarea, onde fica a residência particular de Netanyahu.

“Como é possível que este governo não faça de tudo para trazer os reféns de volta?”, questionou Ilan, cuja mãe, Aviva Siegel, foi liberada, mas seu pai ainda está em Gaza. Ilan participou do ato em Cesarea, diante da casa de Netanyahu.

Yair Samerano, que perdeu um irmão no dia 7 de outubro dirigiu-se ao premiê: “Não hesite, faça tudo o que for possível para chegarmos a um acordo agora. O tempo é esse, não deixe os reféns para trás”.

Ali Zaidan, cujo irmão Yosef está sequestrado, disse: “Estamos aqui para que nos ouça. É a segunda vez que venho até aqui. Como pode ser que você, Netanyahu, não venha até aqui nos ver? Queremos respostas, falo por muitos em Israel cujas vozes não são ouvidas e digo que nunca vi uma unidade tão grande entre nós como agora. Pergunto: o que você nos dirá se estas 136 pessoas voltarem ao país em caixões?”.

Um dos organizadores do ato em Tel Aviv se dirigiu a Netanyahu: “Não nos venha dizer que nossa luta ajuda o outro lado! Se fosse um de seus filhos, será que você não estaria no frio aqui conosco?”

Fonte: Papiro