Rebeca e Flavinha conquistaram uma prata e um bronze no solo individual neste domingo | Foto: Reprodução/TimeBrasil

O Brasil fechou neste domingo (8) o Mundial da Antuérpia com recorde de seis medalhas, sendo um ouro, três pratas e dois bronzes, o melhor desempenho da história do país.

Com isso, a grande estrela Rebeca Andrade escreveu mais um capítulo da história da ginástica artística do Brasil. A ginasta de 24 anos abriu o último dia de competições do Mundial da Antuérpia com um bronze na trave, único pódio que lhe faltava no currículo. No solo, puxou uma dobradinha nos degraus mais baixos do pódio com Flávia Saraiva no bronze.

O Brasil encerrou a participação no Mundial da Antuérpia com um ouro no salto de Rebeca, três pratas, no individual geral e solo de Rebeca, além de por equipes e dois bronzes, sendo trave de Rebeca e solo de Flavinha. É também a primeira vez que duas brasileiras dividem um pódio de um Mundial.

“Foi o pódio mais especial. Há uns dias me fizeram a pergunta de com que ginasta eu queria dividir um pódio. A primeira e única pessoa que passou pela minha cabeça foi ela (Flávia). É minha companheira, sempre torci muito por ela. É um prazer dividir treino e esse pódio com ela”, disse Rebeca.

Rebeca só não superou Simone Biles. A ginasta mais condecorada da história da ginástica artística. Na Antuérpia, a americana de 26 anos conquistou quatro ouros e uma prata. Na história, agora soma 30 medalhas em Mundiais (23 ouros, quatro pratas e três bronzes) e sete em Olimpíadas (quatro ouros, uma prata e dois bronzes).

São vários recordes quebrados pelo Brasil na edição de 2023 do Mundial de Ginástica. O primeiro foi em número de medalhas em uma mesma edição (seis), superando a marca de três conquistas em Liverpool, em 2022. 

Os cinco pódios de Rebeca a colocam no seleto grupo de ginastas mundiais que ao longo da carreira conquistaram medalha em todos as provas, sendo a 11ª ginasta a conseguir o feito, se equiparando a lendas como as soviéticas Larisa Latynina e Olga Korbut, as russas Svetlana Khorkina e Aliya Mustafina e a americana Simone Biles.

Dentro do grupo de atletas brasileiros mais medalhados da história numa mesma edição de Mundial, Rebeca igualou o número de medalhas que César Cielo no Mundial de piscina curta, em 2014, no Catar. 

Ana Marcela Cunha segue sendo o maior nome feminino em número total de medalhas, com 16 conquistas em campeonatos mundiais de águas abertas. São sete de ouro, duas de prata e sete de bronze em oito edições de 2010 para cá.

O feito histórico do Brasil na Antuérpia foi a prata inédita por equipes femininas, atrás apenas dos Estados Unidos. O grupo formado por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e a reserva Carolyne Pedro garantiu 165,530 pontos nos quatro aparelhos. A França ficou com o bronze. As brasileiras já haviam conquistado a vaga olímpica para Paris 2024 nas classificatórias.

Por décadas, uma medalha por equipes em um Mundial era vista com um sonho distante, algo que só estava ao alcance de potências como Estados Unidos, Rússia, China e Romênia.

Guiadas por Rebeca, as brasileiras mostraram já no ano passado que chegaram a um novo patamar, o de equipes medalhistas. Por menos de um ponto, o bronze escapou no Mundial de Liverpool. Na Bélgica, com o reforço de Jade, a medalha inédita veio.

Fonte: Página 8