19ª Cúpula do Movimento dos Não-Alinhados realizada em Uganda | Foto: Hajarah Nalwadda/Xinhua

Líderes dos países do Movimento dos Não-Alinhados (NAM) condenaram a investida de Israel na Faixa de Gaza e pediram um cessar-fogo imediato, durante a cúpula anual do bloco de 120 membros.

“Exigimos o fim imediato desta guerra injusta contra os palestinos e a implementação da solução de dois Estados”, disse o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahmat, na reunião de chefes de Estado na capital do Uganda, Kampala. A cúpula, que começou em 15 de janeiro se encerrou no sábado (20).

O vice-presidente de Cuba, Salvador Valdés Mesa, disse que “desde 7 de outubro, testemunhamos um dos atos genocidas mais cruéis já registrados pela história”.

“Como podem os países ocidentais, que se dizem tão civilizados, justificar o assassinato de mulheres e crianças em Gaza, os bombardeios indiscriminados de hospitais e escolas e a privação de acesso à água potável e alimentos?”, questionou, em seu discurso na sexta-feira.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 24.927 palestinos foram mortos e 62.388 ficaram feridos no genocídio em curso em Gaza a partir de 7 de outubro.

Em seu discurso na abertura, o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, havia manifestado sua convicção na solidariedade do MNA com o povo palestino. “A investida e agressão que estamos enfrentando há 100 dias é sem precedentes.”

“E sei que o movimento que apoiou a Palestina desde o início continuará a apoiar a Palestina até que ponhamos fim a esta tragédia e consigamos os direitos inalienáveis do povo palestino”, acrescentou Mansour.

Ele disse que três objetivos precisam ser cumpridos, que incluem um cessar-fogo imediato, assistência humanitária em Gaza e “lutar contra o crime contra a humanidade de deslocamento em massa de nosso povo para fora de Gaza, [assim] criando uma segunda Nakba”.

O representante iraniano na cúpula disse que a “questão importante do dia” é “o massacre diário de crianças e mulheres em Gaza”. “A única questão em que devemos nos concentrar é nisso”, continuou ele, “e estamos prontos para cooperar totalmente”.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, criticou as Nações Unidas, dizendo que “este conflito (em Gaza) ilustrou mais uma vez a inadequação das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança da ONU, em manter a paz e a segurança internacionais.”

Ramaphosa reiterou que a África do Sul “apela a um cessar-fogo imediato e abrangente em Gaza”.

Ramaphosa disse que, como “consequência da situação cada vez pior”, a África do Sul pediu à Corte Internacional de Justiça que emita medidas provisórias “ordenando que Israel pare sua campanha militar em Gaza”.

Por sua vez, Mansour expressou apoio à “posição histórica da África do Sul em ir à CIJ”

“Vamos aguardar a decisão e vamos estudá-la… e decidir coletivamente os passos que temos que tomar após essa decisão”, disse o embaixador palestino.

O presidente argelino, Abdelmajid Tebboune, pediu que Israel seja responsabilizado por crimes contra palestinos, dizendo que a “era de impunidade e falta de responsabilidade terminou”.

Tebboune fez os comentários em um discurso proferido pelo primeiro-ministro argelino, Nadir Larbaoui, em seu nome, de acordo com a agência de notícias oficial da Argélia.

Referindo-se ao ataque a Gaza como “uma guerra genocida israelense”, ele pediu a intensificação dos esforços coletivos para defender a causa palestina, relata a agência de notícias Anadolu.

 O vice-presidente turco, Cevdet Yilmaz, disse na cúpula que “nas seis décadas que se passaram, o mundo testemunhou muitas atrocidades e conflitos violentos”.

“No entanto, a devastação infligida aos palestinos desde 7 de outubro pelos ataques indiscriminados de Israel em Gaza foi sem precedentes em muitos aspectos”, finalizou.

Fonte: Papiro