Universidade Al Israa é destruída pela agressão israelense | Vídeo

As tropas de Israel destruíram a universidade Al Israa de Gaza na quarta-feira (17), que estava ocupada há 70 dias, explodindo mais de 315 minas e transformando em escombros o prédio principal, o hospital universitário – o único hospital universitário de Gaza, o museu e outras edificações.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram o momento em que a instituição de ensino – que já havia sofrido alguns danos estruturais – foi completamente destroçada em uma evidente operação de demolição.

Crime de guerra que vem se somar à barbárie já denunciada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça da ONU em Haia. Outras universidades palestinas já haviam sido destruídas antes, como a Islâmica e a Al Azhar, em bombardeios na segunda semana de outubro. A Al Israa fica ao sul da Cidade de Gaza e também tem um campus em Khan Younis.

O Centro Internacional de Mídia do Oriente Médio (IMEMC) chamou a destruição da Universidade de Israa de “genocídio cultural”, juntamente com o massacre de pelo menos 24.620 pessoas em pouco mais de três meses – pessoas que o regime israelense alega serem alvos militares legítimos, apesar do fato de que cerca de metade dos mortos eram crianças, segundo registrou o portal norte-americano Common Dreams.

A agressão brutal – como denunciou a reitoria – destruiu também o prédio da pós-graduação e as principais faculdades de bacharelato. Também foram destroçados laboratórios médicos e de engenharia, laboratórios de enfermagem, estúdio de treinamento de mídia, a sala do tribunal especial da Faculdade de Direito e salas de formatura. Antes de ser destruído, o museu nacional foi saqueado por soldados israelenses.

Os edifícios da lanchonete e a principal mesquita dentro do complexo da universidade já haviam sido bombardeados e arrasados.

“Isso não é legítima defesa”, reagiu Chris Hazzard, membro irlandês do Parlamento do Reino Unido. “Isso não é contrainsurgência. Isso é limpeza étnica.”

CISJORDÂNIA REPUDIA GENOCÍDIO CULTURAL

A Universidade de Birzet, na Cisjordânia ocupada, condenou a destruição da instituição de Gaza e acusou Israel de roubar 3.000 artefatos raros do museu de Israa.

“A Universidade de Birzet reafirma o fato de que este crime faz parte da investida da ocupação israelense contra os palestinos”, disse a escola nas redes sociais. “Tudo faz parte do objetivo da ocupação israelense de tornar Gaza inabitável; uma continuação do genocídio que está sendo realizado na Faixa de Gaza”.

Desde novembro, o exército israelense vinha usando o local como base de operações militares e estabeleceu ali um centro de detenção e interrogatório de palestinos.

ISRAEL CONTRA A CIVILIZAÇÃO

Com esse ataque em Al Israa, “todas as universidades em Gaza foram danificadas ou destruídas”, denunciou o professor de relações internacionais Nicola Perugini, da Universidade de Edimburgo.

Ao Common Dreams, o presidente da ONG “Repensar a Política Externa”, Mitchell Plitnick, considerou a detonação de 315 minas em uma universidade “um exemplo claro de crime de guerra e destruição por diversão”.

A Universidade Al-Israa enfatizou que o ataque às instituições de ensino é um padrão de longa data e sistemático que persiste desde o início da guerra de genocídio israelense em curso.

“Os ocupantes israelenses, por meio dessas ações, visam propagar uma cultura de ignorância, mantendo nosso povo longe da marcha do conhecimento e da civilização, e deslocando à força intelectuais para além da Palestina”, disse a universidade no comunicado.

Fonte: Papiro