Em protesto contra massacre em Gaza, marcha bloqueia túnel que liga NY a New Jersey | Vídeo

Manifestantes bloquearam pontes e um túnel na cidade de Nova York na segunda-feira (8) no horário de pico para exigir um cessar-fogo imediato em Gaza e o fim da ocupação israelense, enquanto o genocídio de palestinos já entra pelo quarto mês.

O trânsito ficou bloqueado pelos manifestantes no horário de pico pela manhã nas pontes de Brooklyn, Manhattan e Williamsburg sobre o rio East, assim como no túnel Holland, que liga Nova Iorque a Nova Jersey através do rio Hudson.

Nos protestos, participaram cerca de mil manifestantes, que denunciavam a limpeza étnica perpetrada pelos israelenses e portavam faixas com os dizeres “Levante o cerco a Gaza”, “cessar-fogo agora” e “fim da ocupação”.

SUSAN SARANDON

A artista e ativista Susan Sarandon, que participou do ato, denunciou que o que acontece em Gaza “é um genocídio – não há como ser espectador diante de um genocídio”.

“À medida que a violência aumenta, temos que divulgar nossa mensagem, e ela não está vindo de cima. Afinal, são nossos dólares de impostos”, acrescentou Sarandon à CBS News.

Os protestos foram organizados pela Voz Judaica pela Paz, Movimento da Juventude Palestina, Socialistas Democráticos da América (DSA, ala do Partido Democrata), Partido para o Socialismo e Libertação (PSL), pela coalizão Al Awda pelo direito de retorno palestino, a rede de solidariedade aos presos palestinos Samidoun e os Escritores Contra a Guerra em Gaza (Wawog).

A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, que opera o Holland Tunnel, disse em seu site que as pistas para Nova Jersey foram fechadas “devido à atividade policial”. A Polícia de Nova Iorque (NYDP) prendeu 325 pessoas ao todo nos quatro locais, segundo a rádio WABC.

Vídeo postado nas redes sociais mostrou manifestantes gritando: “NYPD, KKK, IDF são todos iguais”, referindo-se ao Departamento de Polícia de Nova York, à Ku Klux Klan e às Forças de Defesa de Israel.

Os organizadores disseram que optaram por bloquear o trânsito para criar um “análogo físico” à experiência das pessoas em Gaza, “onde não há como sair”. “Estamos tentando mostrar como é estar preso em uma cidade que você não pode sair”, disse a participante Mon Mohapatra, de 30 anos, ao The New York Times.

“Em Gaza, é claro, as pessoas têm mobilidade limitada, não têm liberdade de movimento, não podem sair, mesmo que queiram, mudam-se de lugar, então esses lugares são bombardeados”, disse Rachel Himes, que foi presa no túnel, ao The New York Times. “Queríamos criar essa condição temporariamente em Manhattan.”

A ação foi planejada para marcar o início do quarto mês do ataque de Israel a Gaza, que já matou mais de 23 mil palestinos – a maioria, crianças e mulheres – e feriu ou mutilou quase 59 mil desde 7 de outubro; os desaparecidos, a maior parte provavelmente soterrados sob os escombros, passam de 7 mil.

Manifestantes em todos os quatro locais de Manhattan exibiram faixas listando as cinco demandas do Movimento da Juventude Palestina: cessar-fogo imediato; fim do cerco a Gaza; libertação de todos os prisioneiros palestinos; fim da ocupação da Palestina; e fim da ajuda dos EUA a Israel.

Nos EUA, por todo o país veem ocorrendo protestos contra o genocídio e a limpeza étnica perpetrados pelo regime de Netanyahu e contra a proteção prestada pela Casa Branca, com armas, dinheiro e cobertura diplomática, aos crimes de guerra em curso. No sábado, um grupo de manifestantes bloqueou o trânsito na rodovia I-5 de Seattle por mais de quatro horas.

“Essas ações diretas que estamos vendo agora são ferramentas de protesto que pretendem interromper o fluxo de capital e atingir as elites políticas e econômicas onde dói, a fim de forçar o fim do genocídio em curso dos palestinos e do cerco a Gaza”, disse Bissan Barghouti, de Samidoun Seattle, ao Common Dreams.

“Como palestinos e aqueles que se solidarizam com nossa luta, condenamos a cumplicidade do governo e das empresas no massacre de nossos entes queridos em Gaza e em toda a Palestina ocupada e saudamos os corajosos manifestantes no mundo inteiro”.

Fonte: Papiro