Palestinos mortos no pátio do hospital Kamal Adwan bombardeado no ínício de dezembro de 2023 | Foto: Fadi Alwihdi/Anadolu

O governo de Netanyahu rejeitou uma proposta de troca de prisioneiros apresentada no domingo (31) pelo Hamas que estabelecia a libertação de um refém israelense a cada dia de paz até a construção de um cessar-fogo permanente, com a retirada dos invasores da Faixa de Gaza.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (2) pela Agência de Notícias do Mundo Árabe, que assinalou que o Conselho de Guerra de Israel apontou para acelerar o cerco e o extermínio dos palestinos, que Netanyahu promete durar “vários meses”.

As fontes acrescentaram que, conforme testemunharam os mediadores do Catar e do Egito, o acordo levaria à libertação de entre 40 e 50 detidos israelenses numa fórmula de um por três. A resposta dos sionistas reverberou pelo site hebreu “Walla”, citando um funcionário não identificado.

Citando representantes israelenses, o site norte-americano Axios disse que o movimento Hamas apresentou a proposta a fim de concluir um novo acordo de troca de prisioneiros, num esforço para acabar com a guerra que assola Gaza há cerca de três meses, mas Israel rechaçou a proposta.

O plano de negociação consistia de três etapas, cada uma incluindo a suspensão dos combates por mais de um mês, em troca da libertação de vários detidos. “A nova proposta inclui Israel começando a retirar as suas forças de Gaza durante a primeira fase, que incluirá a libertação de cerca de 40 prisioneiros detidos pelo Hamas e a libertação de alguns prisioneiros palestinos”, relatou.

Além disso, a nova proposta estipula o fim do genocídio da população de Gaza após a implementação da fase final do acordo, que inclui a libertação dos soldados israelenses detidos pelo Hamas.

Apesar da gravidade dos números, que chegam aos 22 mil palestinos mortos, mais de 50 mil feridos e sete mil soterrados, com a população padecendo de fome, sede e sem medicamentos – com mais de 50% dos prédios de Gaza transformados em escombros ou ruínas -, o Conselho de Guerra Israelense declarou aos mediadores que a proposta do grupo de resistência palestino era “inaceitável”. “A proposta que recebemos do Hamas no domingo era completamente irreal”, afirmaram.

Uma fonte do Hamas confirmou que a posição do movimento de resistência permanece a mesma, que é rejeitar qualquer acordo de troca de prisioneiros com Israel antes do cessar-fogo. E explicou que uma delegação do grupo palestino se encontra no Cairo para discutir a proposta de paz, investindo na continuidade das negociações.

Enquanto os palestinos falam em diálogo, Israel permanece na sua política de terrorismo de Estado, sublinhando que não há “uma trégua final para a guerra antes da eliminação do Hamas”.

COMANDANTES DO HAMAS ASSASSINADOS

Além de rejeitarem a proposta de trégua e libertação de reféns, as forças de Israel atacaram na capital libanesa de Beirute, assassinando três líderes do Hamas.

Um deles, Salar al-Arouri, era vice-líder do Birô Político do Hamas e os dois outros leaders Samir Findi Abu Amer e Azzam al-Aqraa Abu Ammar eram chefes do braço armado a organização.

A provocação foi rechaçada pela direção do Hezbollah que adiantou que a morte de Arouri “não ficará sem resposta”.

Fonte: Papiro