Territórios quilombolas estão entre as áreas com menor desmatamento
Estudo do MapBiomas divulgado na quarta-feira (13), mostra que as áreas dos territórios quilombolas estão entre as mais conservadas do país ao apresentarem menor desmatamento. O levantamento leva em conta um período entre 1985 a 2022 e nele a perda de vegetação foi de apenas 4,7% nestas áreas (cerca de 240 mil hectares desmatados).
Segundo a rede MapBiomas, “os territórios quilombolas apresentam 3,4 Mha de vegetação nativa (0,6% da vegetação nativa do Brasil), com 14% de sua área com uso antrópico em 2022.”
Como contraste, no mesmo tempo de 38 anos de análise as áreas privadas tiveram perdas de 25% da vegetação.
No total os territórios quilombolas titulados ou em processo de titulação ocupam 3,8 milhões de hectares, o que se refere a 0,5% do território brasileiro. Os titulados são 30% e os em processo 70%, sendo que nos primeiros a perda de vegetação nativa no período de estudo foi de 3,2% e nos segundos 5,5%.
São 494 territórios quilombolas de acordo com Censo 2023 do IBGE. Estes estão localizados:
- 181 territórios quilombolas na Amazônia;
- 136 na Mata Atlântica;
- 94 na Caatinga;
- 63 no Cerrado;
- e 20 no Pampa.
Ao considerar somente as áreas a ordem é seguida por:
- Amazônia com 2,5 milhões de hectares;
- Caatinga com 550 mil hectares
- Cerrado com 500 mil hectares;
- Mata Atlântica com 278 mil hectares;
- Pampa com 6,5 mil hectares.
Entre os biomas com maior perda de vegetação nativa figura a Caatinga com 72,6 mil hectares, enquanto a Mata Atlântica nos territórios quilombolas teve recuperação nas últimas décadas com ganho de 7,8 mil hectares de vegetação nativa, ainda que sob constante ameaça.
Conforme aponta o estudo, os territórios quilombolas são responsáveis pela preservação ambiental no país, assim como os territórios indígenas, que ocupam 13% do território nacional, mas são responsáveis por 19% da vegetação nativa do país e apenas 1% de perda de vegetação nativa no período analisado.