Campo de refugiados de Al Maghazi teve o maior números de vítimas das bombas de Israel | Foto: Al Jazeera

O governo da Faixa de Gaza confirmou a morte de mais 100 civis, a maioria mulheres, crianças e idosos, em um intenso bombardeio israelense na noite de Natal nos campos de refugiados palestinos de Al-Maghazi e Al-Bureij. Só em Al-Maghazi, no centro de Gaza, foram atingidas quatro casas pertencentes as famílias de Muslim, Sisalem, Al-Nawasra e Abu Rahma, totalizando 70 mortos, dos quais, 12 mulheres e sete crianças.

Há dezenas de feridos, muitos ainda sob os escombros, o que deve aumentar ainda mais o número de óbitos, por não haver combustível para o transporte até os hospitais, que se encontram superlotados e sem medicamentos.

Em comunicado, o Ministério da Saúde em Gaza reiterou que “o exército de ocupação israelense está cometendo um grande massacre em Gaza”, com o número oficial de mortos chegando a 20.424, mais de 54 mil feridos, além de sete mil pessoas debaixo dos destroços. A perspectiva é que a tragédia seja ampliada nas próximas horas, pois as bombas dos aviões são direcionadas a residências onde as pessoas se reuniam, em lugares de concentração massiva.

TERCEIRO APAGÃO DE TELECOMUNICAÇÕES

Agravando a situação, Israel provocou um terceiro apagão total das telecomunicações desde o dia 7 de outubro, quando iniciou sua nova ofensiva contra Gaza. De acordo com a empresa palestina Paltel, todas os serviços de Internet estavam fora do ar, dificultando o atendimento de urgência.

“Apelamos a todos os países do mundo para que pressionem a ocupação criminosa a fim de parar a guerra genocida cometida contra o povo palestino, contra crianças, mulheres e civis”, afirmou o Ministério da Saúde.

“Fomos todos alvo”, lamentou Ahmad Turkomani, que perdeu vários membros da família, incluindo a filha e o neto. “De qualquer forma, não existe lugar seguro em Gaza”, relatou.

O porta-voz do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa confirmou que “a maioria dos mártires que chegam dos campos de Maghazi e Bureij é de crianças, mulheres e idosos”.

Conforme os jornalistas que cobrem a agressão, o Exército israelense está enganando os civis, pois obriga a que se dirijam para áreas onde, posteriormente, bombardeia. 2,3 milhões de habitantes de Gaza, cerca de 90%, foram expulsos de suas residências e as Nações Unidas confirmaram que as condições são cada dia mais catastróficas.

Fonte: Papiro