O premiê Ibrahim disse que "tolerar o que se passa em Gaza "seria abandono da responsabilidade moral" | Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty-Images

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, anunciou na quarta-feira (20) que impedirá todos os navios de propriedade e bandeira israelenses, bem como associados que se dirigirem rumo ao Estado hebreu, de atracarem em seus portos.

Conforme o governo da Malásia, “esta sanção é uma resposta às ações de Israel que ignoram os princípios humanitários básicos e violam o direito internacional através dos massacres e atrocidades em curso, da crueldade contínua contra o povo palestino”.

Como advertiu o primeiro-ministro malaio, “a crise humanitária está a caminho de afetar não só a Palestina ou o resto do Médio Oriente, mas marcará as relações globais durante muitos anos”. “O que está acontecendo em Gaza, a forma como está sendo tolerada a sua destruição massiva é claramente um abandono da responsabilidade moral”, acrescentou.

O genocídio provocado pelo bombardeio contínuo da Faixa de Gaza pelo exército de ocupação israelense desde 7 de outubro já devastou metade da infraestrutura de Gaza e desencadeou gigantescas manifestações do povo malaio. A pressão fez com que o primeiro-ministro eleve o tom nas denúncias da ocupação israelense, que igual aos vizinhos Indonésia, Brunei, Bangladesh, Maldivas e Paquistão não reconhecem Israel.

Os passaportes malaios trazem inscrito “Válido para todos os países, exceto Israel”. Os titulares de passaportes israelenses são proibidos de entrar na Malásia sem permissão prévia.

Em sua declaração, o governo malaio disse que as empresas e barcos registrados em Israel haviam sido liberados de aportar no país desde 2005, mas que diante dos reiterados e crescentes crimes, se decidiu “anular a decisão do gabinete anterior”. Em relação aos navios mercantes da décima maior companhia marítima do mundo, a ZIM – que opera em mais de 80 países -, de nacionalidade israelense, que atracavam na Malásia desde 2002, Anwar Ibrahim foi expresso: “Para que conste, meu governo retira a sua autorização”.

Fonte: Papiro